No mundo das incertezas, há certezas incontestáveis. Uma delas a da relevância do professor.
Carreira que persiste a despeito das dificuldades, mercê do verdadeiro heroísmo daqueles que se realizam ao transformar pessoas.
O mestre é um artífice do futuro. Ele molda as crianças, fazendo com que elas explorem suas potencialidades e cresçam até à plenitude possível.
Ao transformar as crianças, o professor transforma o mundo.
A profissão professor é a mais prestigiada no primeiro mundo. Há uma disputa renhida pelas vagas na formação do magistério.
Um exemplo é a Finlândia, que descobriu há muito tempo que ser professor é a profissão do futuro.
Pois o futuro depende apenas do conhecimento. E quem detém o conhecimento é o professor. Mas é importante que o professor também se conscientize de que os tempos mudaram. E continuam a mudar, acelerada e permanentemente.
Ele precisa mergulhar no fluxo das conversações para detectar o que a infância e a juventude melhor assimilam em nossos dias.
Uma geração plugada, antenadas às redes sociais, que já nasce com “chip”, necessita de uma atenção muito mais detida.
O ensino já não pode ser a transmissão estática do conteúdo, mas é urgente fazer com que ele se conecte com a vida real.
Daí pelo menos quatro eixos no ensino/aprendizado: aulas dinâmicas, com inovação, domínio de vários espaços ou dimensões e conexão com todos os conteúdos. O presente reclama um ensino híbrido, mediante a resolução de problemas. Acabou-se a tranquilidade.
A curiosidade é impulsiva, às vezes até agressiva.
Há de se ter presente a urgência de se estabelecer diálogo proficiente entre mestre/aluno, mestre/família, mestre/sociedade, mestre/demais parceiros da educação.
Os instrumentos de aprendizagem devem ser flexíveis e adaptáveis à mutação profunda com a qual nunca estivemos em contato tão direto como no nosso tempo. Mas é um tempo desafiador, estimulante e pródigo em surpresas, criatividade e empreendedorismo.
José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo