Prefeitura de Capão Bonito instaura sindicância para apurar denúncia em escola dos Proenças

O prefeito Julio Fernando determinou a abertura de uma sindicância para investigar denúncia veiculada pela TV Tem de Itapetininga apontando o encontro de baratas em dois saquinhos – um com pão e outro com maçã – na escola municipal “Angelino Sudário de Souza” no bairro dos Proenças, zona rural do município.
A denúncia ainda apontou problema de falta de água e um suposto “trabalho escravo” de estudantes.
As denúncias deixaram a Secretaria Municipal de Educação de Capão Bonito e o Executivo perplexos na sexta-feira, dia 24/06, e assim que foram comunicados sobre os problemas tanto o prefeito Julio Fernando Galvão Dias, como a secretária Cláudia Miyamoto, determinaram a instauração da sindicância que já colheu depoimentos durante a semana.
Na última quarta-feira, 29, pais, direção e professores da escola participaram de uma reunião na Secretaria Municipal de Educação com a presença do prefeito Julio Fernando para esclarecer os fatos veiculados.
As duas mães de alunos que foram citadas na reportagem pela TV, Andréia Nunes e Celina Aparecida Correia, chegaram a alegar que houve um certo exagero na formatação da denúncia.
“Me ligaram e disseram que era para eu ir até a escola, porque senão iriam na minha casa. Nem sabia o que estava acontecendo. A escola é boa, existiram alguns problemas que foram sanados como o conserto da bomba d’água”, afirmou Andréia Nunes.
Já a moradora Celina Aparecida Correa afirmou que sua filha apenas estava ajudando o professor numa mudança de sala, não caracterizando de nenhuma forma “trabalho escravo”.
“Se o aluno não puder ajudar em uma ação na escola isso fica muito complicado. Acho positivo que meu filho participe e ajude sempre a escola”, afirmou o morador e pai de aluno Dorival Branco Leria.
Direção da escola e professores se mostraram decepcionados com a forma que a escola foi apresentada. “A forma com que tudo foi colocado deu a entender que não gostamos de trabalhar no bairro dos Proenças, que a escola está abandonada e isso não é verdade. É uma ótima escola, que vem apresentando resultados muito positivos”, afirmaram os professores.
A secretária Cláudia Miyamoto informou aos pais que a bomba d’água da escola já foi consertada e logo após a denúncia um técnico em dedetização contratado pela prefeitura esteve no local e emitiu um laudo onde não foi encontrada nenhuma infestação de insetos, baratas ou qualquer outra praga.
Na reunião, o prefeito Julio Fernando também manifestou estranheza com a denúncia logo após o município conquistar os prêmios de “Prefeito Amigo da Criança” pela segunda vez e “Reconhecimento Pleno” da Fundação Abrinq por investimentos em creches e escolas do município.
“Foi uma denúncia que nos causou total estranheza, principalmente neste momento pré-eleitoral. Quero ser o mais justo possível e não fazer julgamentos antecipados e por isso instauramos essa sindicância que está sendo minuciosa. Se aconteceram erros vamos cobrar dos responsáveis para evitar que eles voltem a ocorrer”, ressaltou o prefeito.
Pais ouvidos na reunião também afirmaram que aprovam a qualidade da merenda e que nunca os filhos reclamaram de algo.

A sindicância
Depoimentos já foram colhidos durante a semana, inclusive com o próprio prefeito Julio Fernando acompanhando pessoalmente a sindicância.
O professor responsável pela sala alegou que em nenhum momento alunos foram escravizados e que o que ocorreu foi somente uma mudança de sala onde todos se uniram para carregar armários e cadeiras para agilizar a retomada da aula.
“Isso durou apenas 10 minutos. É um absurdo dar conotação de trabalho escravo ou infantil a uma colaboração voluntária dos alunos, eles mesmos se propuseram a ajudar”, afirmou o professor.
Quanto as baratas encontradas nos sacos de merenda, apurou-se que a merendeira, que é filiada ao partido PSD que faz oposição ao prefeito, não relatou o fato que teria sido registrado em fevereiro, ou seja, somente agora apresentou a denúncia à TV Tem e não à Secretaria de Educação que teria que tomar providências.
A recomendação passada a todas as merendeiras, inclusive em treinamentos, é que se algo irregular com alimentos foi constatado isso deve ser comunicado imediatamente à Secretaria de Educação e à Cozinha Central para que medidas cabíveis sejam tomadas, inclusive com acionamento da empresa responsável pelo fornecimento, mas isso não foi feito.
A sindicância também apurou que a bomba foi devidamente arrumada e foi colocado um cadeado que ficou sob responsabilidade da merendeira, mas o cadeado foi retirado e a bomba desligada, gerando a falta de água.
A sindicância com o seu devido relatório final deve ser concluída nos próximos dias.

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