Esquecidos

A Câmara de Capão Bonito aprovou esta semana, em segunda votação, o Plano de Carreira dos funcionários da Secretaria de Educação do município. O plano foi aprovado em duas sessões extraordinárias, o que impediu que as comissões da Casa de Leis pudessem averiguar de forma pormenorizada todo o projeto.

Aparentemente o projeto foi melhorado após audiência pública feita pelo Legislativo e que foi liderada pelo vereador Daan Cabeleireiro, voltando para a Câmara sem erros que tinham sido apontados por alguns educadores.

Depois da aprovação do novo Plano de Carreira da Educação, vereadores lembraram também da necessidade de se fazer uma reforma administrativa, para atender a todos os funcionários e não somente da pasta da Educação. Isso é muito justo, pois o funcionalismo público, seja ele municipal, estadual ou federal, precisa ser valorizado, mas nota-se que todos os vereadores defendem sempre benefícios para os servidores municipais, mas não se atentam para o aumento de gastos da máquina pública municipal.

A imensa maioria dos moradores de uma cidade é composta de contribuintes e estes parecem que não são defendidos pelos nossos vereadores. É importante sim bons salários e benefícios para servidores, mas qual o grau de comprometimento das finanças municipais com estes benefícios? Alguém analisou isso?

Recentemente este jornal publicou uma matéria em que é demonstrado que a prefeitura de Capão Bonito teve um aumento de quase 500 funcionários nos últimos 3 anos. Tudo bem que a prefeitura teve uma boa arrecadação nos últimos anos e, principalmente, teve uma diminuição de despesas no período de pandemia, mas como justificar o crescimento tão grande do número de servidores sendo que a cidade está estagnada segundo o Censo de 2022? Estamos há 30 anos com os mesmos 46 mil habitantes.

Será que este aumento de número de funcionários e os novos planos de carreira não irão ser sentidos no futuro? Não irão comprometer as finanças da prefeitura?

Ninguém da Câmara se movimentou para ao menos levantar um questionamento sobre o restante da população, que é a grande maioria dos contribuintes municipais, pois tirando os cerca de 2 mil funcionários municipais restam 44 mil habitantes no município, que praticamente acabam pagando a conta por tudo o que acontece na cidade de bom ou de ruim.

É importante que os vereadores atentem que existe uma imensa maioria da população que precisa ser representada e não somente uma classe.

Espera-se que o funcionalismo receba o justo, mas também espera-se que tudo seja feito com equilíbrio e que a conta não fique depois sendo dividida pela imensa maioria de cidadãos que são os contribuintes que mantêm este município.

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