Um caso de ataque esquizofrênico envolvendo um adolescente de 14 anos terminou com uma vítima fatal em Capão Bonito, na noite da última segunda-feira, dia 25.
O crime aconteceu na quadra de futebol society do Conjunto Habitacional Governador Orestes Quércia, na Vila Maria.
Segundo testemunhas, o jovem Alexsander da Silva Nascimento, que entre outros times era jogador da AECB, estava jogando bola com amigos no local e saiu da quadra para tomar água, quando foi golpeado com três facadas nas costas pelo adolescente. A vítima foi encaminhada ao hospital, mas infelizmente não sobreviveu e sua morte gerou comoção na cidade sendo seu velório realizado na igreja do Evangelho Quadrangular Casa do Leão, onde ele frequentava os cultos semanalmente.
Pessoas ouvidas pelo O Expresso afirmam que o mesmo adolescente que cometeu o crime já havia golpeado um outro jovem com uma tesoura no final do ano passado na escola onde estudava.
De acordo com a Polícia Militar, o adolescente faz acompanhamento no CAPS, em Capão Bonito, e deveria tomar medicamentos controlados. Para a polícia, o adolescente afirmou que cometeu o crime após ouvir vozes que o instruíam a tirar a vida de alguém na rua. O adolescente foi apreendido e o caso segue sendo investigado pela polícia.
A reportagem de O Expresso pediu informações de órgãos municipais e foi informado por um conselheiro tutelar que o adolescente que fez o ataque realmente já tinha tido outro problema numa escola do município e tinha sido encaminhado pelo órgão para atendimento técnico no CAPS e no CREAS que são os equipamentos públicos que devem dar esse suporte aos cidadãos.
O Expresso também solicitou informações da direção do CREAS sobre se o atendimento estaria sendo feito e se houve alguma recomendação aos responsáveis pelo menor sobre o oferecimento da medicação de forma correta ou mesmo se havia alguma recusa em seguir o tratamento. Na resposta foi apresentada as funções do CREAS e no caso específico do menor foi recomendado que o jornal busque informação com o Ministério Público.
Cidadãos enviaram várias mensagens ao jornal alegando que não estariam recebendo receitas para fornecimento de medicamentos para tratamento contínuo. Um cidadão, que pediu para não se identificar, disse que há meses espera medicamentos para autismo e não os recebe.
Para especialistas ouvidos pelo jornal, a falta de medicação contínua pode ter sido a grande responsável pelo surto que motivou o ataque e que vitimou um jovem da cidade.