Casos de violência contra a mulher cresceram mais de 20% em 2023

Os casos de violência contra a mulher cresceram cerca de 22% no ano de 2023. A pesquisa foi divulgada no dia 07 de março, no boletim ‘Elas vivem: Liberdade de Ser e Viver’, da Rede de Observatórios da Segurança. Considerando as informações, é como se a cada 24 horas, ao menos oito mulheres fossem vítimas de violência física e psicológica, que vão desde agressões, torturas, ameaças, ofensas, assédio ou feminicídio.

Das violências registradas, 586 foram de feminicídio, com mais de 70% dos casos cometidos pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima. O feminicídio acontece quando ele é cometido contra a mulher por razões do sexo feminino, sendo no envolvimento de violência doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição da mulher.

Em Capão Bonito, os casos de violência doméstica e medida preventiva em 2023 resultaram em 88 atendimentos, sendo 25 flagrantes. Em 2024, somente nesses quatro meses, houve 9 ocorrências, 6 boletins de ocorrência e 3 flagrantes, de acordo com os dados fornecidos pelo capitão da Polícia Militar de Capão Bonito, Wagner Oliveira.

Segundo o capitão, infelizmente, em muitos desses casos, existem crianças pequenas envolvidas, que além de presenciarem as agressões, algumas até são as que ligam ao 190. “Isso deve gerar um trauma tremendo na cabeça delas”, ressalta.

Pensando em dar uma assistência às crianças que presenciam essa violência, a Polícia Militar em parceria com a vereadora Lu da Ong, está realizando o projeto “Abraço de Urso”, onde em casos envolvendo menores, o policial militar que atender a ocorrência dará uma atenção às crianças, entregando a elas um pequeno urso, tentando distraí-la de alguma forma. “Esperamos que ajude de alguma maneira, algo precisa ser feito”, enfatiza o capitão.

A vereadora Lu da Ong afirma que o projeto deve funcionar de maneira contínua, a partir desta sexta-feira, dia 19.  A ideia que já funciona nos Estados Unidos, tem trazido resultados positivos diante da situação. “O objetivo principal da ação é de amenizar o susto e o sofrimento que a criança viveu. Só em imaginar o benefício que trará esse momento para uma criança, já supera qualquer expectativa”, concluiu Lu.

Um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres é a Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006. Na lei, além de definir e tipificar as formas de violência contra as mulheres (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral), prevê a criação de serviços especializados, como os que integram a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, formados por instituições de segurança pública, justiça, saúde e da assistência social.

Para as vítimas de violência, realizar a denúncia ainda é um caminho desafiador no país. Diante disso, o capitão Wagner Oliveira faz um alerta ao uso do aplicativo ‘SOS Mulher’. O programa foi desenvolvido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo e possibilita que pessoas abrangidas por medida protetiva (como ordem de afastamento), determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, acionem o serviço de emergência 190 nos casos de risco à integridade física ou a própria vida, dispensando o contato telefônico.

“Os usuários, devidamente cadastrados na ferramenta, devem apertar o botão disponível no app por cinco segundos. Com isso, o atendimento será priorizado e a Polícia Militar utilizará as coordenadas geográficas da pessoa, entre outros dados do seu cadastro, para encaminhar a viatura policial mais próxima para atendimento imediato à vítima. O app está disponível nas plataformas Android e iOS”, informou o Capitão.

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