A prefeitura de Capão Bonito começou o novo mandato da mesma forma como havia terminado o ano de 2024. Ou seja, decretando contenção rígida de gastos para tentar adequar as despesas da municipalidade ao fluxo de entrada no caixa do município. Isso tudo com menos de 10 dias corridos de mandato. Comprovando com isso e de forma oficial que as finanças da prefeitura estão pra lá de preocupantes.
A publicação ou reedição de um novo decreto de corte de despesas com menos de uma semana de governo e ainda nos mesmos moldes do que fora publicado em outubro de 2024, logo após as eleições municipais, é uma prova cabal de que pelo menos no ano de 2024 as finanças da prefeitura de Capão Bonito, no mínimo, não foram bem tratadas.
Há junto com esse decreto fortes comentários de que para tentar fechar o ano fiscal com um mínimo de déficit estaria sendo feita uma operação de cancelamento de empenho e de notas fiscais. Isso é ainda mais preocupante, pois trata-se de uma autêntica pedalada fiscal, que só estaria ocorrendo porque o Legislativo seria displicente quanto a realização de sua obrigação maior que seria a fiscalização dos atos do Executivo.
Para piorar a situação do atual governo, os atuais mandatários não podem nem mesmo se queixar de seus antecessores, pois foram reeleitos e, portanto, pegaram a prefeitura em dificuldades financeiras em que eles mesmo a colocaram.
Políticos da oposição criticam ainda mais o descontrole financeiro da prefeitura, pois alegam que a administração atual, e que foi reeleita, usou a máquina pública para se reeleger e com isso desequilibrou a disputa eleitoral ao ter benefícios políticos com as ações feitas com dinheiro público em 2024 e que depois se mostraram sem lastro, como foi comprovado com a publicação de dois decretos de contenção de gastos seguidos.
Lamenta-se que a prefeitura de Capão Bonito tenha chegado a essa situação, pois estava numa situação confortável até 2020 e caminhando para uma gestão profissional, com uma prefeitura não inchada, com fornecedores em dia e sem precisar usar de pedaladas para poder fechar as contas anuais.
Nitidamente a cidade vive um retrocesso administrativo com o aumento do número de funcionários, passando de 1.480 em 2020 para mais de 2.100 em 2024, comprometimento das receitas cada vez maior com a folha de pagamento e ainda gastando mais do que arrecada, como ficou comprovado em 2024.
Mas agora cabe aos atuais gestores se explicarem de verdade, pois não poderão mais jogar a culpa no antecessor. A pergunta que fica é: De quem é a culpa agora?