Esta semana o agronegócio brasileiro foi sacudido com a divulgação pela Polícia Federal daquela que seria a maior operação do órgão policial da República e que atingiu no cerne desta importante atividade da economia brasileira.
Segundo informações repassadas pela grande mídia, a operação “Carne Fraca” teria encontrado inúmeras irregularidades em frigoríficos de todas as partes do país.
Várias irregularidades foram elencadas como uso inadequado de produtos diversos para preenchimento de linguiças, salsichas, presuntos e até adição de produtos químicos para disfarçar carne de má qualidade ou mesmo podre.
A Polícia Federal tem prestado relevantes serviços para o país, tendo inclusive papel preponderante em operações como a Lava Jato que está mudando a cara do Brasil ao escancarar os esquemas de corrupção envolvendo políticos do primeiro escalão.
Mas os desdobramentos da operação com a soltura em poucos dias de 8 dos 11 denunciados que estavam presos, acabou mostrando que houve um exagero ou mesmo uma precipitação por partes daqueles que coordenaram a operação.
O estardalhaço feito pela operação deu a impressão de que todos os frigoríficos do país estavam agindo irregularmente e esta divulgação precipitada acabou afetando a exportação de carnes feitas pelo país que tem grande impacto na balança comercial brasileira.
Existem certamente irregularidades nas empresas investigadas, mas o caso deveria ser tratado com a devida descrição para não jogar o nome de empresas boas na lama e principalmente não comprometer um segmento importante da economia nacional.
Ninguém deve defender que algo errado seja encoberto, mas a generalização pode acarretar em injustiças que podem não ser recuperadas de forma rápida. Empresas do setor que por ventura estejam passando por dificuldades financeiras devido a crise econômica do país, se tiverem suas vendas abaladas pela repercussão da operação Carne Fraca podem ter que demitir funcionários ou até mesmo encerrar suas atividades.
Além desta teórica precipitação entre técnicos conceituados do setor, há uma unanimidade de que o Brasil é um dos mais rígidos nas exigências para comercialização de carnes do mundo.
Técnicos a todo momento fazem comparações com outros países e afirmam que o comércio de carnes no país é muito mais asseado do que em outras partes do mundo.
A investigação da operação Carne Fraca deve prosseguir, mas com o devido cuidado para que ao invés de prestar um grande serviço à nação não passe a ser algo que cause ainda mais danos na sua já combalida economia.