Desde 1967, quando me mudei para Buri, hoje denominada “Capital da Amizade”, pela hospitalidade de seu povo, sempre ouvi um grande número de burienses, meus amigos, afirmarem que o nome do município, Buri, era originário de uma palmeira denominada Buriti.
Essa informação foi passando de geração para geração e até hoje, provavelmente ainda existem cidadãos burienses que acreditam nesse fato.
Na região de Buri não existe a ocorrência natural do Buriti que ocorre principalmente em Minas Gerais, Bahia, Goiás e em outros Estados do Centro Oeste e do Nordeste do Brasil. Assim, na realidade, o nome deste município, foi originado de uma pequena palmeira chamada Buri que na língua Tupi significa “folha pequena e que era abundante na região, quando aqui chegaram os colonizadores e fundadores do município. Essa pequena palmeira, uma Arecaceae cujo nome cientifico é Allagop-teracampestris, cresce no máximo 50 cm de altura, etípica de cerrado-sarenosos, tem caule subterrâneo e frutos em cachos com frutos agregados, semelhante a espiga de milho (http://frutasraras.sites.uol. com.br/allagop-teracampes tris.htm).
Esta pequena palmeira que emprestou seu nome ao município de Buri, e que era abundante nos campos cerrados da região, principalmente na direção a Aracaçu, esta hoje praticamente extinta sendo difícil encontrar um exemplar ocorrendo naturalmente em terras burienses. Seria interessante um trabalho de resgate dessa espécie, com apoio de empresas que atuam no municipio via alguma ONG local, reintro-duzindo-a nos campos cerrados de Buri e divulgando informações sobre a mesma nos programas de educação ambi-ental nas escolas municipais.
Dentro em breve, deverá ser criado em Buri o IDESB – Instituto para o Desenvolvimento Sustentável de Buri, uma organização não governamental, sem fins lucrativos, visando desenvolver uma série de trabalhos sócio-ambientais visando o bem estar da população buriense.
Para homenagear essa pequena, mas importante palmeira que deu origem ao nome do município, o IDESB a incorporou em sua logomarca e devera ter como seu primeiro projeto a busca de mudas e sementes da Allagoptera campestris, para trazê-la para o seu habitat natural em Buri, onde ela poderá ser reconhecida e reverenciada pelos cidadãos deste município.
Laércio Couto, Engenheiro Florestal, PhD, Cidadão Honorário de Buri