O “Agosto Dourado” é um mês dedicado ao incentivo do aleitamento materno. A cor dourada foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera o leite materno um “alimento de ouro”. No Brasil a campanha “Agosto Dourado” é instituída pela Lei Federal n°13.345 /2017, a qual determina que, durante o mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância dessa temática.
Segundo a OMS, a recomendação é que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. A indicação deve ser seguida mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade.
Conforme os dados da Organização, em 1986 o percentual de crianças brasileiras com menos de 6 meses alimentadas exclusivamente com leite materno, não passava de 3%. Em 2008, foram atingidos 41%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46% no Brasil, percentual próximo aos 50% que a OMS estipulou como meta a ser atingida pelos países até 2025.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o ato de amamentar é bom não só para a saúde do bebê, como também para a saúde da mulher, pois reduz as chances de sangramento pós-parto; ou de desenvolver anemia, câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto. A amamentação ainda colabora com a mulher para perder mais rápido o peso que ganhou durante a gravidez.
Além disso, o ato de amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir a mortalidade neonatal – que acontece até o 28º dia de vida. No Brasil, a prevalência de aleitamento materno na primeira hora de vida é de 62%. É um dado superior às médias mundiais, mas que ainda precisa melhorar. Com o objetivo de possibilitar o contato da mãe com o bebê imediatamente após o parto, a hora de ouro (“golden hour”) – primeira hora da mãe com o recém-nascido, foi idealizado para promover a continuação do vínculo que começou durante a gestação e ajudar o bebê na transição do útero para o ambiente externo.
Todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos, seja no trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade. O aleitamento materno é também um direito da criança. Segundo o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno.
Durante a amamentação, no caso de sentir dor, machucar a mama, ou qualquer alteração que dificulte o aleitamento, é importante procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde, com o médico assistente ou com profissionais de saúde especializados na área de amamentação.
E qual a maneira correta para posicionar o bebê na hora de amamentar? O bebê deve estar virado para a mãe, junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres; a cabeça do bebê deve ficar de frente para a mama e o nariz de frente para o mamilo; só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca; quando o bebê realiza a pega adequada da mama, observa-se: boca bem aberta, lábios virados para fora (boca de peixinho), queixo encostado na mama, a aréola (a parte escura da mama em volta do mamilo) aparece mais acima do que abaixo da boca do bebê e o nariz fica livre. O bebê deve abocanhar, além do mamilo, o máximo possível da auréola.
Para adotarmos uma cultura pró-amamentação, é fundamental que sejam desenvolvidas estratégias e ações de proteção, promoção e apoio à amamentação. É necessário também fortalecer o vínculo materno, para assim garantir o desenvolvimento infantil e atender às necessidades nutricionais de todos os bebês.