Não é segredo para ninguém que o Brasil passa por uma das piores crises econômicas de sua história.
O PIB (Produto Interno Bruto) tem caído nos últimos dois anos e os sinais de estagnação estão evidentes com a diminuição da atividade industrial recorde e o desemprego que atingiu índices nunca vistos na história.
A crise afeta todas as regiões do país e no Sudoeste Pau-lista não seria diferente e está também sentido o impacto deste momento de desaquecimento econômico.
Mas algo que em anos anteriores era considerado prejudicial tem se mostrado o sustentáculo das cidades da região neste momento de turbulência.
O agronegócio tem proporcionado que a recessão atinja com menor impacto os municípios da região administrativa de Itapeva, já as regiões mais industrializadas como as de Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto que antes tinham vantagem exatamente por sua estrutura industrial agora estão tendo índices negativos.
A Região Administrativa de Itapeva registrou em 2015 a segunda melhor posição no ranking da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) que mediu o nível de crescimento entre as 16 unidades representativas do Estado de São Paulo.
Segundo o levantamento, o PIB da 16ª Região Administrativa de Itapeva alcançou 7,3% de crescimento superando as regiões de Sorocaba (-6,1%), Campinas (-5,8%), Santos (-2,8%) e Ribeirão Preto (-5,3%), além da Região Metropolitana de São Paulo (-3,8%), que tiveram crescimento negativo.
Os dados refletem a dinâmica na economia de todas as regiões administrativas do Estado.
Em se tratando da Região Administrativa de Itapeva, a base econômica é a agricultura, representada pela cultura da soja, tomate de mesa, carne bovina, batata, milho e feijão.
Nos últimos anos, porém, o estudo mostra que os segmentos da construção civil e da indústria de minerais não metálicos ganharam relevância e impulsionaram a atividade econômica do Sudoeste Paulista.
O resultado só não foi melhor por conta do crescimento excepcional que teve a Região Administrativa de Registro (9,6%), que ficou em primeiro lugar no ranking em razão das atividades de extração de petróleo e gás do pré-sal em plataformas marítimas nas bacias de Santos e Cananéia que redundou em grandes investimentos para a exploração e também distribuição de royalties para prefeituras que puderam fomentar a economia dos municípios do Baixo Ribeira e do litoral sul.
Para o prefeito Julio Fernando, o resultado mostra que as 32 cidades da 16ª RA estão comprometidas com o desenvolvimento, apesar das dificuldades financeiras que se acentuaram nos últimos anos e o grande potencial agropecuário e florestal que deve ser mais explorado.
“Recentemente também fomos informados pela Revista Isto É que cidades da região como Capão Bonito já aparecem entre os municípios com melhor qualidade de vida no Estado. Com certeza vivemos, apesar das dificuldades, um novo tempo e a região tem tudo para se desenvolver ainda mais devido seu protagonismo agropecuário e florestal”, ressaltou o prefeito Julio Fernando.
Foco nas características
da região
Para o vice-prefeito de Capão Bonito, Marco Citadini, e o secretário de Administração, Indústria e Comércio, José Toshio Saito, os dados do Seade reforçam a tese de que o município deve investir em ações para fomentar as atividades já existentes na região para agregar valores ao que é produzido no sudoeste. “Se produzimos soja e milho, por exemplo, precisamos incentivar a atração de indústrias que utilizem estes produtos como matéria-prima. É desta forma que vamos melhorar nos índices de geração de emprego e renda e agregar valores para a nossa cidade e região”, enfatizou o vice-prefeito.
Pensando em colocar em prática este conceito é que o novo Distrito Industrial está sendo projetado.
A intenção é buscar todo tipo empresa que queira se instalar no município, mas tem sido dado ênfase para empresas que necessitem de matérias-primas existente na região como produtos agrícolas e do ramo de transformação de madeira.