Impossível não lamentar o acidente ocorrido na Colômbia com a delegação da Chapecoense, uma das maiores tragédias do esporte mundial.
Todos pensam nas famílias que perderam filhos, maridos, pais e outras pessoas que amam de forma tão inesperada.
Um grupo que viajava para iniciar a luta por um sonho que, há seis ou sete anos, parecia impossível para uma cidade de 210 mil habitantes no interior do país. Queriam fazer história, mas se tornaram lendas de forma trágica.
Praticamente todos os clubes do mundo enviaram condolências ou reservaram alguns minutos para homenagens.
O gesto do Atlético Nacional em pedir que o título do campeonato seja dado aos brasileiros é de extrema grandeza.
Outros times também se mobilizam para ajudar a Chape, alguns se colocaram à disposição para ceder jogadores aos catarinenses para os próximos compromissos.
Torcedores de todos os clubes também deram diversas ideias para homenagear as vítimas, muitas certamente serão acatadas.
Uma mobilização positiva em torno de um momento tão triste. Os mesmos torcedores que inundam frequentemente a rede mundial, a cada rodada, com mensagens agressivas contra os adversários, com toda a espécie de xingamentos e intolerâncias. Uma verdadeira selvageria. A tragédia agora, une todos.
Para cronistas esportivos, é momento de aproveitar toda essa consternação e fundar um outra maneira de fazer e torcer por futebol, inspirados nas ideias criadas e defendidas pela Chapecoense, que fizeram o time se tornar uma referência.
Trabalho honesto, profissional, realista e sem maracutaias. Respeito aos trabalhadores e aos torcedores, locais e adversários.
Se precisávamos começar de novo, essa é a oportunidade.
Esse esporte, que move milhões de pessoas por todo o país, precisa ser mais sinônimo de diversão do que de negócio, mais emoção do que guerra.
Muitos, jogadores, dirigentes e jornalistas morreram nesta semana defendendo essa paixão que é o futebol. E o sacrifício deles não pode ser em vão.
Wagner Santos é jornalista