Simone Viotto é head de Gente e Gestão do Grupo Safira. Administradora com MBA Executivo em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança na USF
No cenário atual, em que a construção de uma carreira sólida se tornou mais essencial do que nunca, é perceptível a importância de entendermos as responsabilidades e os papéis dos diversos personagens envolvidos neste processo, como colaboradores, gestores e empresas.
De fato, quando unimos forças e trabalhamos em prol do coletivo, o desenvolvimento de carreira não apenas ganha forma, mas se transforma em uma experiência rica e única. Inclusive, engana-se quem avalia o conceito ‘plano de carreira’, somente com a restrita ideia de promoções, por exemplo. Trata-se de um programa amplo, que envolve o desenvolvimento de novas habilidades, a expansão do conhecimento e, principalmente, a atitude de percorrer novos caminhos distintos e inusitados, ou seja, que não estão previstos na trilha natural da carreira existente. De acordo com uma pesquisa apresentada, durante o evento da consultoria Energizar, mais de 40% dos participantes em processos seletivos consideram o plano de carreira essencial na hora de aceitar uma proposta de emprego. Isto enfatiza a relevância dessa temática cada vez mais presente no atual contexto do mercado de trabalho.
O desenvolvimento de carreira é uma jornada compartilhada, em que cada ator desempenha papel fundamental na construção de um futuro profissional sólido e promissor. Logo, enquanto o colaborador deve assumir o protagonismo de sua carreira, tendo assim clareza dos seus respectivos objetivos, o gestor precisa atuar como mentor, fornecendo feedback constante e, consequentemente, auxiliando na visibilidade do trabalho.
Neste processo, a área de Recursos Humanos age como um facilitador, assim como o maestro de uma orquestra. A partir da definição de métodos, políticas e ações, eles promovem o crescimento profissional, ao passo que disponibilizam as condições necessárias para que o desenvolvimento de carreira realmente aconteça dentro da empresa. Ademais, é função do RH fomentar a comunicação e o alinhamento entre colaboradores e gestores.
Existem três premissas básicas para que haja um desenvolvimento de carreira efetivo, são elas: colaboradores, saibam onde querem chegar e quais passos são necessários para trilhar esse caminho. Gestores alinhem as expectativas desde o início da parceria, sempre esclarecendo o que é necessário para o aprimoramento profissional e, sobretudo, para alcançar novas posições dentro da empresa. RH não estabeleça apenas uma trilha de carreira possível e, prioritariamente, disponibilize formas que auxiliem os colaboradores a alcançarem seus objetivos, por meio de ferramentas como workshops, políticas de subsídio estudantis, ciclos de desenvolvimento para gestão do desempenho, políticas de mobilidade interna entre outras ações. Portanto, é fundamental que haja um discurso uníssono sobre o que significa plano de carreira, juntamente de um amplo entendimento de que este não é o mesmo tradicionalmente aplicado, anos atrás. Ele visa mobilidade em todos os caminhos possíveis e foca no colaborador como protagonista do seu caminho, afinal o objetivo é facilitar a visualização dos caminhos possíveis e não limitá-las, transcendendo inclusive os limites das empresas em alguns casos.