O Centro Recreativo Educacional Artístico Renascer (CREAR), localizado na Vila Aparecida,comemorará no próximo dia 09 de outubro 23 anos de atuação socioeducativa em Capão Bonito.
A entidade, localizada de forma estratégica no maior bairro do município, festeja o momento com grandes ações e novos projetos.
São ações que têm como protagonistas pessoas voluntárias, que muitas vezes preferem o anonimato e que encontraram no trabalho artesanal e de ajuda ao próximo uma forma até de terapia para atenuar o stress, exercitar a solidariedade e dar sua parcela de contribuição para um mundo melhor.
Um dos grandes destaques no CREAR é a “Oficina de Fu-xico” ou “Cantinho do Fuxico”que acontece às segundas e sextas-feiras das 8 às 11 horas e que nos últimos meses se transformou numa grande fábrica de solidariedade e boas ideias.
No local estão sendo produzidos produtos artesanais que estão chamando a atenção de outras cidades e até sendo exportados para países como Alemanha e Suécia, além de feiras da Pedagogia Waldorf.
São produtos muito bem acabados como bonecas Waldorf, chaveiros dos mais variados, peças em crochê e bordados e um lápis com ponteiras personalizadas que chamou a atenção até de uma grande fábrica que já se prontificou em fazer doação.
Segundo a assistente social Camila Camargo, tudo vem acontecendo num clima de parceria e isso vem fazendo com que o CREAR se ‘reinvente’ ampliando os projetos sociais e atuação na comunidade.
“O Cantinho ou Oficina de Fuxico começou no ano passado. Tivemos a participação importante na fase inicial de voluntárias como a sra. Goretti e mães da escola Vale Encantando (Waldorf) como Josiane Mendes, Johilda Kodama, Marli eZeti Camargo. Recebemos doação de retalhos do CPP e passamos a contar também com o apoio de parceiras como Graci Okamoto, Célia Moriy e outras. Notamos que o projeto foi só crescendo como uma corrente do bem, uma pessoa motivando outra. Passamos a produzir chaveiros, bonecas Waldorf personalizadas e aromáticas, tulipas e flores em papel que virou uma marca da escola e o lápis com ponteira que também se transformou numa grande sensação. Tudo foi projetado para fomentar a geração de emprego e renda na Vila Aparecida. Acredito que o amor que nossos voluntários colocam no trabalho tem sido o diferencial e impulsionador das ações”, declarou a assistente social Camila Camargo a O Expresso.
Solidariedade
como terapia
Entre os depoimentos das voluntárias tem um que chama muito a atenção.
É o de Rosangela Ribeiro (Fia), moradora da Vila Aparecida que encontrou nas oficinas do CREAR uma terapia para superar o stress e a ansiedade.
“Durante uma consulta médica, o próprio médico receitou que me dedicasse às ações do CREAR para diminuir a ansiedade. Foi a forma que encontrei de ajudar uma importante entidade do nosso bairro e também me sentir acolhida e bem. O resultado tem sido muito positivo na minha vida”, ressaltou Rosangela.
Há outros casos também como uma voluntária com dificuldade visual, que encontrou nas oficinas do CREAR uma forma também de contribuir com a comunidade e superar as limitações.
Segundo ainda Camila Camargo, o CREAR comemora mais um ano com excelentes perspectivas.
“Os projetos estão evoluindo muito e estão acima do que esperávamos. Acreditamos que seja a credibilidade que a entidade possui. O CREAR que tem como slogan ‘Desenhando um futuro melhor’ , ainda atende cerca de 150 crianças e adolescentes e o foco sempre tem sido a formação da cidadania e geração de renda entre as famílias de baixa renda. Acredito que estamos fazendo a diferença na Vila Aparecida”, destacou Camila.
Bonecas que estimulam
a imaginação
As chamadas ‘Bonecas Waldorf’ do CREAR, cuja confecção é baseada na pedagogia de mesmo nome, são totalmente diferenciadas pelo fato de respeitarem e estimularem a imaginação da criança.
Longe de reproduzir fielmente as particularidades da figura humana, deixam para a fantasia infantil a atividade criadora, simplesmente sugerindo possibilidades, por exemplo, de fisionomia.
As bonecas são confeccionadas de forma artesanal, com a utilização (inclusive no enchimento) de materiais inteiramente naturais: malha e tecidos de puro algodão, feltro de lã e fios de lã.
Este critério visa familiarizar a criança com o mundo natural por meio de seus materiais, nos quais ela aprende a reconhecer cor, textura, forma, peso, etc.
Além disso, o manuseio da boneca é agradável e aconchegante, motivando uma ligação estreita e carinhosa com ela.
Como cada boneca é feita manualmente e seu rosto é pintado à mão (com um mínimo de traços), cada uma adquire um aspecto individual e único.
Os modelos e tamanhos procuram atender a necessidade das crianças em cada faixa etária, adequando-se, em complexidade, às diversas fases do desenvolvimento infantil.
Para bebês, por exemplo, há as bonecas denominadas ‘Cheirinho’, com enchimento de ervas suavemente aromáticas, como a alfazema.
Crianças maiores podem contar com bonecas que sugerem profissões, nacionalidades, ou meramente companhia e brincadeira.
Além disto, por intermédio da boneca a criança pode aprender a conhecer a si própria num processo de ‘espelhamento’, a exercitar os relacionamentos sociais, a cuidar do próximo, etc.