A edição da semana passada deste jornal abordou em extensa reportagem o debate sobre o retorno às aulas presenciais nos municípios da região envolvendo prefeitos de cidades que pertencem ao Condersul, o consórcio que reúne municípios da região Sudoeste e que atua fomentando ações conjuntas das cidades que o compõe.
A reunião on line contou a presença de prefeitos e de dirigentes de Ensino das três diretorias que existe no Sudoeste e discutiu o possível retorno às aulas proposto pelo governo estadual para este mês de setembro.
Por unanimidade os prefeitos que participaram da reunião entenderam que não é o momento de se proporcionar o retorno às aulas mesmo com a pandemia de Coronavírus apresentando números que indicam a diminuição de casos na maioria dos municípios da região.
Para os gestores das cidades do Sudoeste, a volta às aulas neste momento não teria a adesão da imensa maioria dos pais de alunos, de professores e demais profissionais da Educação, além disso, para prefeitos o retorno às atividades presenciais sem uma definição sobre a data que será disponibilizada uma vacina para a doença se transforma num risco desnecessário.
É sabido que ocorrerão perdas no ano letivo de 2020, por mais eficiente que sejam as aulas on line que estão sendo fornecidas pelas escolas sejam elas municipais, estaduais ou privadas ocorrerão falhas e até mesmo evasão devido a não obrigatoriedade presencial dos alunos. Mas apesar da certeza das perdas é preciso ponderar que o déficit deste ano pode ser recuperado no próximo ano com atividades extras perfeitamente possíveis de se colocar em prática, já problemas ocasionados pela contaminação com o Coronavírus podem causar vários danos, inclusive colocando em risco a vida de professores, alunos e familiares.
Todos sabem que é necessário o retorno à vida normal o mais rápido possível, mas existem casos em que a possibilidade de se colocar em risco um grande número de pessoas deve ser ponderado.
É isso que foi muito ponderado pelos prefeitos do consórcio da região que acertadamente optaram por não aderir a tese do governo estadual de retorno às aulas presenciais por temerem colocar em risco todos que usam ou atuam nas redes municipais de ensino.
O tempo perdido no aprendizado pode e será recuperado, mas a perda de vida e a saúde das famílias dos alunos e profissionais da Educação são irreparáveis.
Louva-se que os gestores municipais agiram de forma sensata e pensando, acima de tudo, naquilo que mais importa neste momento que é salvar vidas.