Um levantamento feito pelo Jornal O Expresso com base no banco de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e que foram transformados em matéria jornalística, divulgada na semana passada por este jornal, apontam para a importância da cidade de Capão Bonito e de outros municípios da região para a atividade do reflorestamento em todo o Estado de São Paulo.
Capão Bonito, por exemplo, é o primeiro colocado entre os mais de 600 municípios do Estado no quesito silvicultura e somente de eucaliptos têm plantados em seu território 50 mil hectares, os outros 4 municípios que compõem os 5 maiores em produção de madeira reflorestada em território paulista são pela ordem: Barra do Chapéu, Itapeva, Buri e Itararé, o que mostra que se não fossem as cidades da região a atividade do reflorestamento que alimenta principalmente as indústrias de celulose em outras regiões do Estado, estaria em dificuldades para obter matéria-prima para suas unidades.
Pelos números sempre precisos do IBGE, além de liderar em florestas para reflorestamento em São Paulo, o município de Capão Bonito fica na 16ª colocação no país, mesmo estando somente na posição 901 em tamanho de território entre os municípios brasileiros.
Esses dados mostram como a atividade do reflorestamento é muito impactante para Capão Bonito e região e algo precisa ser feito para que esta atividade não comprometa o crescimento e desenvolvimento das cidades do Sudoeste.
Não é de hoje que a opinião pública da região tem se manifestado com preocupação sobre a concentração de áreas de reflorestamento no Sudoeste Paulista, região que tem como principal atividade econômica a agricultura. Muitas lideranças do setor agrícola têm manifestado há um bom tempo que a presença sufocante de florestas de eucalipto tem impedindo o crescimento da agricultura que é a atividade que mais contribui para o desenvolvimento da região.
Os números do IBGE levantados pelo O Expresso vem comprovar que realmente há um excesso de presença desta atividade, principalmente em Capão Bonito e que tragicamente a produção destas grandes áreas de florestas não são beneficiadas na região, sendo levadas para gerar riquezas em outras partes do Estado. Esse é um dos grandes motivos da região sudoeste ter um baixo índice de desenvolvimento se comparado ao restante do Estado de São Paulo.
Mais uma vez está mais do que na hora de enfrentar o problema, mas quem tem que agir neste caso é a Assembleia Legislativa do Estado e o Governo do Estado e não autoridades locais, que não têm peso para enfrentar uma luta desigual contra multinacionais poderosas. Se as nossas autoridades estaduais continuarem inertes para esse grande problema, a região continuará para trás no desenvolvimento e com os piores índices de desenvolvimento humano entre os municípios de São Paulo.