No dia 11 de abril é celebrado o dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson (DP). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é a segunda condição neurodegenerativa mais comum no mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer.
O Parkinson ou Mal de Parkinson, como é popularmente conhecido, é uma doença neurodegenerativa que afeta a capacidade do cérebro de produzir dopamina (substância química que ajuda a controlar os movimentos), causando sintomas como tremor, rigidez dos músculos, movimentos lentos e perda do equilíbrio, segundo informações da Parkinson’s Europe (organização europeia sobre o assunto).
Ainda conforme as estimativas globais da OMS de 2019, mais de 8,5 milhões de pessoas são diagnosticadas com Parkinson, sendo a maioria dos pacientes homens e idosos, embora, também aconteça em jovens.
“Acreditamos que o aumento no número de jovens diagnosticados com doença de Parkinson se deva fundamentalmente por dois fatores: o maior conhecimento sobre a doença, o que possibilita mais fácil reconhecimento dos sinais e sintomas pelos profissionais de saúde e também pela população geral e pelo desenvolvimento de métodos de neuroimagem, que são úteis em casos de dúvidas diagnósticas, e são capazes de identificar a doença em suas fases iniciais. Há também testes genéticos que podem detectar a doença. Normalmente as formas de apresentação precoce da doença de Parkinson (antes dos 40 anos) são de origem genética”, destacou Carolina Souza, neurocientista com PhD em Neurologia pela USP.
Ainda que não tenha cura, especialistas apostam em recursos tecnológicos e novas técnicas que são capazes de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A neurocientista e especialista em neuromodulação não invasiva Carolina Souza, destaca que o número de pesquisas científicas de alta qualidade relacionadas a Neuromodulação não invasiva para tratamento da doença de Parkinson tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. “Para a Doença de Parkinson, a Neuromodulação é indicada como tratamento adjuvante, o nível de evidência é B (para tratamento de sintomas motores como: lentidão, rigidez, dificuldades para locomoção e não motores como: depressão, apatia e ansiedade). Assim, as expectativas de melhora da doença são grandes”, afirmou a especialista.
Segundo a pesquisadora, o tempo de tratamento varia de acordo com o protocolo utilizado. “Normalmente entre 10 a 20 sessões que devem ser realizadas diariamente, após o tratamento, o paciente deve realizar sessões de manutenção, para a consolidação e manutenção dos resultados”.
A neuromodulação não invasiva é uma técnica inovadora que envolve a estimulação de áreas específicas do cérebro utilizando estímulos elétricos ou magnéticos, sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos. Dentre as técnicas mais estudadas de neuromodulação não invasiva estão a Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e a Estimulação magnética transcraniana (EMT). Ambas têm o potencial de modular a atividade do neurônio e favorecer processos de Neuroplasticidade. A neuroplasticidade é fundamental para recuperação cerebral após lesões.
O Dia Mundial do Parkinson foi criado com a finalidade de aumentar a conscientização sobre a doença e unir as pessoas afetadas por ela. A data relembra o nascimento de James Parkinson (1755 – 1824), o médico que primeiro reconheceu a doença, conforme um artigo de 2023 da National Geographic.