A terceirização de parte dos serviços públicos e até mesmo em atividades particulares é algo que vem sendo praticado há muito tempo no nosso país e com bastante êxito.
Com a terceirização de muitos serviços, o poder público ganha em agilidade, eficiência e até tem alguma economia de recursos públicos.
São inúmeros os casos de sucesso na atividade terceirizada em que é colocado à disposição do cidadão um serviço público de melhor qualidade.
Mas se o poder público deixa de fazer uma fiscalização devida ou mesmo permite que negócios escusos sejam praticados na contratação das empresas terceirizadas a qualidade cai vertiginosamente.
Nos últimos dias a cidade de Capão Bonito tem sofrido com a falta de qualidade em serviços terceirizados de transporte coletivo urbano e de saúde.
O popular circular tarifa zero, que tinha tudo para ser uma grande conquista para o cidadão, vem sofrendo com a qualidade precária dos serviços, os veículos estão sempre superlotados, vários bairros e locais importantes não estão sendo beneficiados pelo trajeto, alunos de escolas importantes como Etec e Fatec ficam amontoados e nem mesmo itens prometidos na propaganda oficial como ar-condicionado e acessibilidade os veículos têm.
Além do transporte urbano, os capão-bonitenses estão tendo problemas com o transporte da saúde, que recentemente viu um ônibus que trazia pacientes em tratamento de câncer vindo da cidade de Jaú, ser incendiado na estrada, por problemas que foram originados por falta de manutenção adequada.
Esse é o principal erro da terceirização, quando o interesse público é suplantado pelos interesses pessoais, onde começam a acontecer coisas estranhas. O que você acharia se um prefeito e um vice-prefeito frequentassem almoços, churrascos e festas promovidas por um empresário que presta serviços para uma prefeitura? Será que este empresário amigo teria benefícios numa possível contratação de suas empresas pelas prefeituras dos amigos de churrasco?
Estes sinais de que as coisas não estão acontecendo como deveriam geralmente caem em serviços públicos mal prestados, em vantagens indevidas e com a conta sempre sendo paga pelo cidadão, que é quem paga os impostos e que deveria receber bons serviços prestados.
O que não se pode permitir é que serviços pagos com recursos públicos e que deveriam ser bons, sejam feitos sem qualidade e que não tenham a devida fiscalização simplesmente pelo fato dos empresários donos das empresas prestadoras de serviços serem amigos dos políticos. E o pior de tudo, em muitos casos colocando em risco a vida de cidadãos como foi no caso do recente incêndio de veículo vindo de Jaú.
O interesse coletivo deve imperar sempre, mesmo que alguns políticos não achem isso ou que tratem as prefeituras como se fossem suas e não algo público. Cabe a opinião pública fazer o que as autoridades não fazem, que é fiscalizar a boa aplicação de recursos públicos.