Em 100 dias de governo, prefeito de Capão Bonito já gastou mais de 1 milhão de reais com cargos de confiança

Ao completar 100 dias de seu novo mandato, na quinta-feira desta semana, o prefeito reeleito de Capão Bonito, Júlio Fernando Galvão Dias, do PL, não cumpriu com uma de suas promessas de campanha que era reduzir os cargos de confiança. O jornal O Expresso fez um levantamento com base nos dados que estão disponíveis no Portal Transparência, no site da prefeitura, e levantou que nesses primeiros 100 dias de governo os cargos de confiança e secretários nomeados pelo prefeito do PL consumiram dos cofres públicos somente em salários o valor de R$ 1.062.590,94, nestes valores não estão colocados despesas com encargos sociais, FGTS, IRPF, férias e 13º salários, que podem aumentar o valor consideravelmente, podendo estes números passarem de 1,4 milhão de reais.

Embora tenha dito na campanha eleitoral do ano passado que iria diminuir o número de cargos de confiança e que alguns de seus auxiliares não iriam ser reconduzidos para seus cargos, parece que o prefeito mudou de opinião depois que assumiu o novo mandato e veio aumentando as nomeações mês a mês para atender aliados e em março fechou com 81 nomeados entre secretários e demais cargos de confiança.

Em janeiro, a prefeitura gastou em salários com os indicados do prefeito R$ 241.966,82, já no mês de fevereiro, com novos nomeados, os valores gastos com os salários dos indicados pelo prefeito subiram para R$ 338.569,42, o que dá um aumento de quase 40% e no mês de março o valor gasto voltou a subir e passou para R$ 361.541,03, nos 10 primeiros dias de abril o gasto foi de R$ 120.513, 67, o que deu um total de R$ 1.062.590,94 nos 100 dias de novo governo.

No meio político, comenta-se que o número de cargos de confiança pode aumentar, pois o prefeito Júlio Fernando ainda teria mais alguns aliados para acomodar e existem cargos que ainda não foram preenchidos, embora no final de setembro do ano passado, o prefeito tenha assinado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público, para não nomear vários ocupantes para cargos que deveriam ser extintos, mas mesmo com o TAC em vigor, o chefe do Executivo não só não extinguiu os cargos, como nomeou aliados. Entre os aliados nomeados estão ex-candidatos à vereança, filha de vereador e parentes da primeira-dama.

O Expresso ouviu os dois outros candidatos a prefeito na eleição de outubro passado sobre a questão. Matheus Francatto, do Republicanos, disse que sempre foi contra o excesso de cargos de confiança, questionando nomeações sem levar em conta a eficiência do serviço prestado, além disso, o candidato do Republicanos disse que tanto ele como o candidato Heitor sofreram com ataques de um exército de cargos de confiança pagos com recursos públicos que atuaram de forma decisiva na eleição.

O candidato Heitor da Gelsa, do MDB, disse que o prefeito mentiu na campanha eleitoral, pois afirmava que iria diminuir os cargos de confiança para fazer.

Veja também