As recentes declarações e ações do nosso presidente da República tem dado o que falar.
Primeiramente Jair Bolsonaro tem mostrado total desprezo as recomendações dos cientistas de todo o país e da Organização Mundial da Saúde em relação ao combate do Coronavírus, depois do descaso com a questão da pandemia que afeta o mundo e que já matou milhares de pessoas no Brasil, o presidente tem administrado com o seu tradicional estilo belicoso os recentes problemas que tem tido em sua gestão como as recentes demissões dos ministros da Saúde, Luiz Fernando Mandetta, e da Justiça, Sérgio Moro.
Apesar de ser o ataque uma forma peculiar de agir do presidente da República, parece que ele está perdendo o equilíbrio que o cargo exige.
Nos últimos dias Bolsonaro foi infeliz ao ser questionado sobre o elevado número de mortes por Covid-19 no país, chegando até a soltar algumas frases do tipo “e daí” ou “não sou coveiro”, por fim, o chefe do Executivo da Nação mandou alguns jornalistas calarem a boca enquanto ele atacava a imprensa em uma de suas tradicionais paradas para atender admiradores e jornalistas.
Estas declarações mostram nitidamente que o presidente está se sentindo pressionado e tem perdido o equilíbrio que o cargo exige.
Ser um presidente declaradamente de direita que não tolera as ações de partidos de esquerda, como o PT que comandou o país por anos, não dá ao nosso presidente da República o direito de ofender as pessoas e jornalistas que estão trabalhando para noticiar os fatos.
Este clima agressivo que o senhor Jair Bolsonaro está destilando acaba inclusive influenciando no comportamento de alguns de seus aliados que nos últimos dias já estão partindo para a agressão a jornalistas e servidores da Saúde como ocorreu em recentes episódios na capital federal.
Ser um líder de projeção nacional exige no mínimo que o ocupante do cargo tenha a serenidade necessária para enfrentar as dificuldades do cargo. Achar que ser presidente da República, governador de Estado ou mesmo prefeito será uma tarefa em que o ocupante do cargo não terá nenhuma dificuldade ou contrariedade é, no mínimo, o cúmulo da ingenuidade.
Quanto mais alto o cargo, maiores serão as pressões e as cobranças, e quem se candidata a um cargo da importância da presidência da República sabe que terá as benesses e o ônus da função.
Ofender jornalistas, debochar das perguntas de jornalistas ou mesmo estimular ações agressivas de aliados não é um bom caminho para um presidente que foi eleito democraticamente por milhões de brasileiros e que jurou defender a nossa Constituição.
Seria muito bom que o nosso presidente tivesse um comportamento condizente com o cargo que ocupa, pois somente assim evitará as seguidas crises que ele cria e que em nada contribuem para a solução dos verdadeiros problemas nacionais.