Famílias: digam presente!

A família é também responsável pela educação. Assim o quis o constituinte de 1988, ao erigir a educação a direito de todos, mas dever do Estado, da família em colaboração com a sociedade. A Lei de Diretrizes e bases vai além. Coloca a família em primeiro lugar, antes mesmo do Estado. A partir daí, nasceu um projeto de envolver a família com a escola pública, para que essa instituição imprescindível à transformações do Brasil numa nação desenvolvida conte com o apoio do núcleo primário formador do caráter das gerações. Uma ideia que se pensou pudesse comover as consciências mais sensíveis foi a de chamar descendentes de patronos das escolas estaduais para uma verdadeira “adoção afetiva” do estabelecimento. Não é demasia esperar que um templo de ensino e aprendizado que leve o nome e um ascendente mereça o carinho de quem pretenda ver o antepassado a merecer reverência e honra, não descaso, abandono ou depredação. Aguarda-se que essa tentativa de sensibilização produza resultados mais tangíveis do que os obtidos até o momento. Mas se já se pode incluir no rol dos que responderam “presente” o causídico Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, empenhado em se aproximar de escola que leva o nome de seu tio. Também os irmãos Dora Silvia e Antonio Henrique da Cunha Bueno aceitaram retomar o contato que já possuíram com a Escola Estadual Deputado Antonio Sylvio da Cunha Bueno, o famoso parlamentar que é genitor de ambos. O desembargador Alexandre Alves Lazarini continuará a participar das atividades na escola que leva o nome de sua mãe, Heidi Alves Lazzarini, e Maria Luiza Brant de Carvalho Freitas pretende fazer com que sua família ajude a abraçar, afetivamente, as escolas Regina Itapura de Miranda Brant de Carvalho, Jacó Itapurá de Miranda, Herculano de Freitas e Francisco Glycério de Freitas. Que o bom exemplo venha a sensibilizar outros nomes. Basta examinar os patronímicos das escolas estaduais e ver-se-á que há muita escola a necessitar de carinho.
Para resgatar a ideia de per-tencimento do colégio essa intimidade pode ser a chave da transformação.

José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo

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