No começo da transmissão do Coronavírus no Brasil o presidente Jair Bolsonaro fez questão de minimizar a pandemia mundial tratando-a como uma ‘gripezinha’ que quase toda a população pegaria, mas que no seu entender estava sendo superdimensionada por alguns governadores, prefeitos e até mesmo pelo então ministro da Saúde.
Passadas algumas semanas desta declaração do presidente, que foi inclusive transmitida por rede nacional de televisão, o país atingiu mais de 12 mil mortes pela Covid-19, com mais de 180 mil casos de brasileiros infectados.
Ao que tudo indica o país ainda não chegou a seu pico da doença, podendo estes números aumentarem ainda mais e causando um colapso quase que total no sistema de saúde em todo o país, o que atualmente está restrito a algumas cidades como Manaus, Belém e Rio de Janeiro.
Esta postura até certo ponto debochada do presidente, além de causar sérios transtornos para aqueles que combatem a pandemia em todos os mais de 5 mil municípios brasileiros, ainda faz com que o Brasil passe a ser visto como única grande Nação do mundo a não dar importância a pandemia, fortalecendo ainda mais nossa imagem de um país onde a responsabilidade é algo raro e que tenhamos que relembrar a célebre frase atribuída ao ex-presidente francês Charles De Gaulle que teria dito na década de 60 sobre o Brasil: “este país não é sério”.
Postura como a tomada pelo nosso presidente no enfrentamento a essa terrível pandemia que matou milhares de pessoas em todo mundo é que trazem descrédito ao nosso país.
Um gestor de verdade não deve somente ter êxito e boas intenções na economia, deve ter atuação ampla em todos os temas pertinentes a um governo.
Temas ligados a Educação, Cultura, Cidadania, Meio Ambiente, Saúde podem ser de menor importância do que a economia, mas não podem ser negligenciados.
Lamenta-se que o presidente da República além de se comportar de forma indevida na crise da pandemia de Coronavírus ainda conseguiu criar mais uma crise institucional ao demitir a estrela de seu ministério, o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, ao que tudo indica para tentar colocar pessoas que de sua intimidade no comando da Polícia Federal.
Toda esta balburdia, num momento em que o chefe do Executivo nacional deveria ter o maior equilíbrio possível, para fazer com que o país pudesse transpor este momento seríssimo que estamos passando e que vamos passar num futuro breve devido ao impacto econômico mundial que a pande-mia vai causar, ainda nos traz mais pessimismo com o nosso futuro.
Era hora de o presidente agir não como um gladiador, mas como um monge, não é o momento de termos conflitos e sim de buscarmos paz e união, mas parece que ele está fora de sintonia.