A prefeitura de Capão Bonito há algumas semanas teve que fazer um grande reparo para consertar um trecho da rua Gustavo Sampaio na região central da cidade. Para executar o serviço teve que interditar essa importante rua, para que pudesse fazer a recuperação da base do piso asfáltico existente na rua há anos, essa obra interferiu até mesmo no transporte coletivo da cidade.
O leitor de O Expresso pode achar normal essa obra, pois é comum que com o passar dos anos as ruas e avenidas tenham seu piso deteriorado e acabem precisando de uma recuperação.
Mas neste caso da recuperação da rua Gustavo Sampaio, que foi, inclusive, alvo de matéria deste semanário, o fato estranho é que a necessidade de recuperação do leito da rua só ocorreu por mais uma falha na obra da própria prefeitura, que fica ao lado do ponto deteriorado da rua.
Trata-se de mais um problema da já famosa obra de construção da escola na região central da cidade, que desde a desapropriação do terreno coleciona problemas.
Primeiro a desapropriação foi muito contestada por sua necessidade, já que além de demanda incerta por uma nova escola na região central, a prefeitura tinha um terreno do mesmo tamanho a poucos metros do desapropriado. Depois, o valor da desapropriação de 2,3 milhões de reais foi muito criticado, todo o processo de desapropriação, feito em pouco mais de 30 dias, em seguida a prefeitura licitou a obra no valor de 12 milhões e que teve como vencedora da licitação mais uma vez uma famosa empresa do Amapá, então a obra que começou em março de 2022 deveria ter sido entregue em outubro de 2023 foi abandonada e com isso a prefeitura rompeu o contrato com a empresa de Macapá, mas antes de romper o município pagou mais de 2 milhões de reais para a empresa para realizar obras de terraplenagem e fazer um muro de arrimo.
O que já seriam problemas suficientes, ganharam novos capítulos depois que técnicos da própria prefeitura foram fazer uma vistoria junto com a defesa civil municipal e constataram que o muro de arrimo abandonado da obra da escola prejudicou pelo menos cinco residências vizinhas, sendo que três delas tiveram que ser interditadas totalmente e duas parcialmente, ai veio a contratação de uma nova empresa, em dispensa de licitação, para arrumar o muro que custou mais de 2 milhões de reais e, por fim, a deterioração do asfalto bem no local onde houve infiltração que teve que ser reparado pela Secretaria de Obras local.
Se este roteiro não é suficiente para que a Câmara Municipal faça seu papel principal de fiscalizador do Executivo, então estamos realmente vivendo uma realidade em que Executivo e Legislativo, apesar de existir lá uma estrela solitária na Casa de Leis, estão convivendo como irmãos siameses, que necessitam um do outro para viver fazendo o pior tipo de politicagem.