Esta semana o nosso presidente da República Jair Bolsonaro e o governador do Estado de São Paulo, João Dória, deram mais um exemplo de como não se devem agir lideranças políticas de um país.
A dupla que nitidamente está se engalfinhando há tempos pensando na eleição presidencial de 2022 proporcionou mais uma disputa eleitoral que em nada vai contribuir para resolver os problemas da Nação e, principalmente, neste momento de enfrentamento à pandemia de Coronavírus.
Apesar de o país já ter contabilizado milhões de infectados pela doença e ter também ultrapassado o triste número de mais de 150 mil mortes, a dupla dá mais um sinal de desunião pública, quando simplesmente deveriam estar unidos no enfrentamento da pandemia, embora, justiça seja feita, o governador tem contribuído menos para criar esse tipo de crise.
Desta vez a disputa está centrada na autorização do governo federal para compra das vacinas que estão sendo feitas em parceria entre um laboratório chinês e o Instituto Butantã, instituto este que tem um histórico de contribuição à saúde brasileira sendo responsável pela produção de inúmeras vacinas e medicamentos ao longo de décadas e que contribuíram em muito com a melhorias das ações de saúde no país.
O radicalismo do presidente é tamanho que ele mais uma vez desautorizou publicamente um ministro da Saúde nomeado por ele e com o seu gesto em nada contribui para a solução do problema.
Se o presidente não está gostando da ideia de que a CoronaVac, que está em fase final de testes, é uma iniciativa do laboratório chinês Sinovac e tem como parceiro um Estado dirigido por um inimigo político da atualidade, isso não deveria ter importância alguma, pois o fundamental é conseguirmos produzir e distribuir vacinas para a doença o mais rápido possível.
Preocupa também o fato de que o país em menos de 2 anos de governo Bolsonaro já esteja no terceiro ocupante no cargo de ministro da Saúde, sendo que o atual inclusive está na função por ser um general o que teoricamente deveria ser sinal de ser muito afinado com sua excelência o presidente. Esperava-se que com estas afinidades entre militares poderia se ter maior tranquilidade na gestão deste importante ministério. Um presidente da República deveria estar preocupado em como o país pode conseguir o mais rápido possível uma solução para enfrentar a doença e não se importar com quem está sendo produzida ou se ela é de um aliado político ou de um país com quem tem maior ou menor proximidade.
O que está em jogo neste momento são vidas de milhões de brasileiros e também uma solução para o retorno mais rápido possível a normalidade para que a economia do país não sofra ainda mais.
Não é hora de pensar em quem vai ganhar dividendos políticos com a vacina, mas sim de salvar vidas e de buscar soluções para retomada gradual de nossas atividades, esperamos que o nosso presidente reflita com mais sensatez e reveja suas opiniões e tomadas de decisão, pois é momento de agir com sabedoria e não levar uma disputa política para temas tão sérios como saúde pública.