Muito preocupante

O prefeito de Capão Bonito há alguns dias enviou um projeto para a Câmara Municipal pedindo crédito especial no valor de 1,5 milhão de reais, para que seja feita a ampliação de linhas do transporte coletivo urbano, o popular Tarifa Zero. Na mesma mensagem, o chefe do Executivo é taxativo ao informar aos edis que a prefeitura irá fazer uma nova licitação para concessão do serviço de transporte coletivo urbano.

A informação oficial chama atenção por muitas coisas: primeiro se o contrato com a atual empresa concessionária é de 15 anos, como justificar uma nova licitação com tão pouco tempo de execução contratual; segundo, é sabido por todos na cidade e, principalmente, pelo chefe do Executivo, que há uma ação judicial questionando a legalidade da homologação do atual contrato entre a prefeitura e a empresa que presta o serviço atualmente; e terceiro, a própria prefeitura noticiou essa semana que graças a boa relação com a empresa que presta o serviço do Tarifa Zero, dois novos ônibus, estes agora tendo ar condicionado, foram colocados à disposição para servirem em algumas das linhas do Tarifa Zero.

Somente estes três questionamentos seriam suficientes para colocar em dúvida o futuro da situação jurídica e contratual do transporte coletivo urbano na cidade, mas parece que a atual administração age de forma negligente, não tendo as devidas preocupações com o caso, que tem tudo para se transformar em mais um imbróglio jurídico que pode custar milhões à prefeitura.

É bom lembrar que o atual prefeito nunca teve uma relação tranquila com empresas que prestavam serviço de transporte coletivo urbano na cidade em gestões passadas, tanto que as duas antecessoras da atual empresa que presta serviço no transporte coletivo, romperam contratos com a prefeitura em gestões do atual prefeito e ganharam indenização que ultrapassa milhões por terem sido prejudicadas economicamente pelas medidas tomadas pelo prefeito Júlio Fernando.

O que chama a atenção nas declarações da atual gestão é a imprudência, pois se há uma disputa judicial em trâmite e com enormes possibilidades de derrota da prefeitura, o bom senso recomendaria não ter começado o serviço sem que a Justiça se pronunciasse. Logicamente, que isso não seria feito, pois mais do que um projeto para o trânsito e locomoção das pessoas o “Tarifa Zero” é um projeto político com fins eleitorais.

Espera-se que a conta destas ações mal planejadas, com sinais claros de incoerências e feitas para fins eleitoreiros, não causem mais um prejuízo milionário para a prefeitura de Capão Bonito, pois a população não merece pagar uma conta alta pelos negócios de seus gestores.

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