Não devemos abrir mão da democracia

Recentes investigações da Polícia Federal sobre os atentados ocorridos em janeiro de 2023, apontaram para a existência de um plano de um golpe militar incluindo a morte do então presidente eleito Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

A revelação de que os golpistas tinham arquitetado um plano depois da eleição de 2022 para assassinar o presidente eleito, leva-nos ao fundo do poço do nosso sistema democrático e nos mostra o quanto ele ainda tem fragilidades.

Divergir, ter programas e propostas diferentes é algo que deve existir num regime democrático, mas tudo dentro da disputa eleitoral, perde-se uma eleição, ganha-se outra e assim por diante, o regime democrático proporciona a alternância de poder.

Ao vermos que um grupo que perdeu as eleições arquitetou uma puxada de tapete, inclusive, planejando assassinar seus adversários, nos faz refletir sobre o atual momento de radicalização política no país.

Lembremos que desde o final dos anos 80 do século passado, vivemos numa democracia, com eleições diretas de presidente, cassações de alguns dos eleitos, alternância de grupos e tendências no comando do país. Mas para conquistar esse direito de escolher nosso presidente, muitas lideranças políticas se sacrificaram, alguns foram exilados e até mesmo mortos para que pudéssemos ser uma democracia como éramos até 1964.

O atual presidente da República não é um santo e tem muitas ideias em que merece ser criticado, mas lembremos que antes de chegar a seu primeiro mandato como presidente do país, disputou e perdeu três eleições seguidas para a presidência da República e nunca criticou o nosso sistema eleitoral, conseguiu se eleger e reeleger e depois fez a sua sucessora que conseguiu uma nova reeleição, mas em momento algum houve por parte de Lula um plano para dar um golpe e se perpetuar no poder.

Aqueles que perderam a eleição presidencial de 2022, mesmo estando no poder, deveriam se curvar a vontade da maioria da população e teriam que ter aceito o resultado das urnas, inclusive, sem criticar o nosso sistema eleitoral, que é um dos mais avançados do mundo, até porque nas últimas eleições municipais realizadas no mês de outubro passado, os candidatos de direita saíram vitoriosos e ninguém contestou os resultados das urnas eletrônicas.

Cabe agora torcemos para que seja tudo devidamente apurado e que aqueles que planejaram matar seus adversários, sofram as punições da lei para que planos antidemocráticos como estes nunca mais sejam arquitetados em nosso país, sejam os autores de direita, de centro ou de esquerda.

O nosso maior bem é a democracia e dela não devemos abrir mão nunca.

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