Nós e a tríplice crise planetária

José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo

 

A humanidade enfrenta hoje aquilo que é chamado de “tríplice crise planetária”: clima, biodiversidade e poluição. Enquanto os governos dormem, ou estão mais interessados em questões internas, incumbe à sociedade civil assumir o comando. Estudando, conhecendo o problema, incentivando soluções e cobrando do Estado responsabilidade e urgência.

São as cidades os locais ideais para que o assunto seja encarado com a necessária seriedade. Porque cada espaço municipal contém biodiversidade e, com certeza, ela estará sendo destruída pela especulação imobiliária, por obras públicas que não levam em consideração a estratégia das soluções baseadas na natureza, pelo descaso ou ignorância.

Cumpre restaurar os espaços verdes. Recompor as matas ciliares. Ressuscitar os córregos que foram sepultados para oferecer asfalto e concreto ao carro, o meio de transporte mais egoísta que se conhece. Além disso, poluidor e assassino. Emite gases venenosos causadores do efeito-estufa. Mata sem causar alarde, tanta a nossa dependência dele.

A loucura do clima é consequência do envenenamento do planeta. E a única maneira de tornar as cidades mais resilientes é multiplicando sua cobertura vegetal. Plantar árvores, defender árvores, disseminar o amor pela árvore, que – infelizmente – são poucos os que proferem essa crença. Quantas pessoas há que detestam árvore, “porque estraga calçada, porque deixa cair folhas, porque é esconderijo de bandido”…

E a poluição? Cada um de nós descarta muito mais do que é necessário. Descuida-se do destino dos resíduos sólidos. Transforma o ambiente numa perigosa lata de lixo. Sim, o lixo também é emissor dos gases homicidas. E continuamos a não nos preocupar com a compostagem, com a reciclagem, com a redução do desperdício.

Não se espere que governo cuide com carinho dessas ameaças que vitimarão toda espécie de vida na Terra, a começar pela nossa. A obrigação é de cada ser humano sensível e consciente de que deve fazer parte da solução e não do problema. Não há muito tempo a perder! Deveríamos ter começado antes de ontem. Portanto, corra!

 

 

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