O analógico

A leitura ainda é o principal instrumento para escaparmos da inibição retroativa que a atual potencialização das mídias sociais vem causando na raça humana e se continuarmos nessa velocidade e intensidade, a desintelictualização da sociedade será inevitável.
Para chegar saudável à velhice e imunizar-se diante dessa doença crônica, tenho hábitos diários de leitura. Pela manhã são dois jornais via aplicativo mais barato e de fácil manuseio (Folha e Estadão). Um mais à esquerda e outro à direita, porém, dizia Millor: “pior do que não ler jornal é ler apenas um jornal”.
Já no período noturno, procuro me dedicar aos textos complementares indicados pelos docentes do curso de História da Unisa e um livrinho básico para encerrar o dia. Jô Soares, certa vez, perguntou ao escritor Ariano Suassuna (Auto da Compadecida) qual seria o seu livro de cabeceira. Respondeu o escritor: “O último”.
Sigo essa resposta ao pé da letra e parafraseando Suassuna digo que o melhor que li foi também o último: “Juca Paranhos, o Barão de Rio Branco”, uma excelente biografia indicada pelo meu sócio literário Eduardo Canepa.
E nesse contexto de leituras cotidianas e atuais, ganha-se notoriedade midiática e histórica, o Ministério Público.
São reportagens, artigos e muitos comentários dos mais variados temperos.
Considerado o mais importante órgão de fiscalização do Ente Público em todas as suas esferas, o MP tem sido fundamental na correção da gestão pública.
Em artigo neste mesmo semanário, citei a sensibilidade de uma promotora de Justiça que atuou nesta Comarca e se destacou na articulação e firmação de um Termo de Acordo de Conduta (TAC), entre o Município e o Estado, exigindo a implantação de rede de abastecimento de água no bairro Jardim Santa Isabel, levando assim, um benefício incomensurável para a Saúde Pública daquela comunidade.
Ainda sobre os agentes do MP local, cito outro ponto de ênfase.
O município é privilegiado por ter promotor de Justiça residindo na própria sede da Comarca e mais, que por aqui constituiu família.
Além do valor simbólico e institucional, criam vínculos com a cidade e se integram em seus valores culturais e sociais, aumentando ainda mais a capacidade de interpretação no exercício da função.
A cidade sente-se orgulhosa ao ver suas autoridades caminhando pelos parques e praças, frequentando os círculos sociais, e principalmente, respirando os bons ares que brotam da Serra da Paranapiacaba.
Num mundo cada vez mais digital, o analógico ainda é imprescindível.

Francisco Lino é jornalista.

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