O norte

A Fundação Seade, instituição ligada ao Governo de São Paulo, traz em seu levantamento mais recente o novo perfil da população que habita no território paulista.

Basta um clique no Google com a palavra-chave Seade Municípios, para se ter acesso a um banco de dados relacionados, não somente à questão demográfica, mas também à economia, trabalho, saúde e educação.

De 2000 a 2020, Capão Bonito sofreu transformações nas características etárias de sua população. Em 20 anos, o número de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos caiu de 14.863 para 9.734, enquanto a população idosa cresceu 8 para 15%.

Já a proporção da faixa etária considerada economicamente mais ativa, que vai dos 15 aos 59 anos, aumentou de 59% para 64% da população, contribuindo diretamente para um tímido aquecimento econômico, com destaque nos setores de comércio e serviços.

Mesmo puxando de um lado e esticando de outro, não houve crescimento considerável no número de habitantes em Capão Bonito. Se a cidade insiste em permanecer estagnada, deve-se muito à falta de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e que geram oportunidades, principalmente aos jovens que estão ingressando no mercado de trabalho.

A Capão Bonito que atraiu imigrantes japoneses, italianos, portugueses, judeus, libaneses e também de outras regiões do país, ficou literalmente no passado e a projeção para 2050 é a inversão da pirâmide etária. A população será ainda menor e mais idosa.

Tentou-se, recentemente, uma mudança de comportamento gerencial da cidade, priorizando concepções econômicas, que aumentariam a participação da Indústria no Produto Interno Bruto (PIB), gerariam oportunidades e centenas de novos empregos, além do crescimento no volume de dinheiro novo no mercado interno, mas que são, infelizmente, efetivadas à longo prazo.

Os números servem como norte para os gestores e investidores e são gratuitos. E se Capão Bonito não pretende mais comer poeira das cidades vizinhas, espera-se a continuidade das ações progressistas, mas para isso, temos que estar desprendidos de vaidade.

Francisco Lino é jornalista.

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