Matéria veiculada por este semanário na semana passada e também em emissora de televisão regional relatando o desabamento de uma ponte na divisa entre os municípios de Ca-pão Bonito e São Miguel Arcanjo, mais precisamente entre os distritos do Turvo dos Almeidas e Gramadão, trouxe a tona um problema que afeta o sistema viário rural dos municípios da região sudoeste do Estado de São Paulo.
Os municípios que pertencem a nossa região são todos de grande extensão territorial se comparados com os de outras partes do Estado. No sudoeste estão presentes cidades entre as 10 maiores em área territorial de São Paulo e isto implica em ter uma malha viária significativa com estradas rurais que em sua imensa maioria é de terra batida. Capão Bonito, Itapeva e Itapetininga são exemplos de municípios que têm mais de quatro mil quilômetros de estradas para serem conservadas periodicamente.
Além da elevada extensão, estas estradas, que muitas vezes fazem a ligação entre bairros de pequena população, são cortadas por vários rios já que a região é provida de inúmeras nascentes entre elas a do rio Paranapanema, o 2º maior do Estado, que está situado em Capão Bonito.
Esta abundância de recursos naturais que é muito vantajosa acaba criando um problema extra que é exatamente a construção e manutenção de pontes, algumas delas de mais de 30 metros de extensão.
É sabido que as prefeituras não têm recursos para construção de pontes de concreto, sendo a grande maioria delas feita de madeira de reflorestamento, mais precisamente eucalipto.
Apesar de resolver os problemas do tráfego por alguns meses estas pontes feitas de madeira não suportam mais as exigências impostas por uma frota agrícola cada vez mais potente e, consequentemente, mais pesada. Além disso, pontes de madeira exigem uma manutenção frequente e onerosa para prefeituras que claramente não têm recursos para que possam fazer este tipo de serviço de forma eficiente.
Os municípios da região precisam buscar junto ao governo do Estado e até mesmo junto ao Governo Federal verbas para que possam efetivamente vencer os problemas destas pontes, fazendo assim a substituição das de madeira por pontes de concreto.
É claro que esta substituição não será possível de ser efetivada de uma hora para outra, mas se não ocorrer uma união entre prefeitos das cidades da região para que seja buscada uma ação conjunta para obtenção de recursos junto ao Estado e a União as prefeituras continuarão perecendo para dar a manutenção mínima para suas pontes e estradas.
Principalmente o governo estadual precisa entender que os municípios de grande extensão territorial como os da nossa região necessitam de um olhar diferenciado no que diz respeito ao apoio a manutenção de sua malha viária rural, de outra forma continuarão a ocorrer desabamentos de pontes como a do Distrito do Turvo dos Almeidas.