Cerca de 30% da população brasileira têm rinite, doença não contagiosa que pode ter fator hereditário, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). O quadro é mais frequente após os dois anos de idade e atinge cerca de 25% das crianças.
Com a chegada do outono, em 20 de março, a combinação de ar seco e frio, pode aumentar o risco de problemas respiratórios. Para quem sofre de rinite, é comum que sintomas como espirros, coriza, coceira no nariz, olhos e garganta, lacrimejamento, entupimento nasal, se intensifiquem nessa época do ano.
De acordo com o dr. Milton Souza Leão Júnior, otorrinolaringologista do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, a rinite é uma inflamação da mucosa nasal, que é causada por diferentes fatores:
– Rinite aguda – de causa não alérgica, geralmente é desencadeada por uma infecção viral ou substância irritante, mas o paciente se recupera normalmente;
– Rinite alérgica – motivada por uma resposta exagerada do organismo a substâncias estranhas e alergênicas;
– Rinite crônica – inflamação que dura mais de 12 semanas e que geralmente ocorre juntamente com a sinusite crônica, provocada por fatores alérgicos.
O profissional explica que, a rinite deve ser tratada conforme a duração e a intensidade da crise. “Podem ser indicados medicamentos anti-histamínicos e descongestionantes nasais para ajudar o paciente a espirrar menos e a manter a coriza sob controle, corticosteroides para reduzir a inflamação da mucosa do nariz e, em caso de infecção bacteriana, o médico poderá prescrever um antibiótico”.
Diante de crises alérgicas como a rinite, é importante o paciente consultar um especialista e seguir o tratamento corretamente. “Isso evitará que a doença evolua para um quadro mais grave associado à sinusite, asma ou pneumonia. Outro cuidado é com a automedicação, especialmente quando há obstrução nasal, pois, o uso prolongado de descongestionantes pode causar dependência, ressecamento, perfuração de septo nasal, taquicardia, elevação da pressão arterial, entre outras complicações”, alerta o otorrinolaringologista.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomenda o período máximo de três dias para o uso de descongestionantes nasais. A Anvisa reforça que esses medicamentos são contraindicados para pessoas hipertensas ou com problemas no coração. A orientação do otorrinolaringologista é buscar alternativas mais seguras, como as soluções salinas.
O médico enfatiza que é fundamental eliminar os focos que podem desencadear rinite. “Mantenha a casa arejada e opte por fazer a limpeza com aspirador e pano úmido, no lugar da vassoura, para não espalhar pó no ambiente. Evite tapetes, carpetes, cortinas, bichos de pelúcia e travesseiros de penas. Lave as roupas que ficaram guardadas por um longo período e que planeja usar, pois podem estar com ácaros ou até mesmo fungos”, salienta.