Prefeitura irá gastar quase 800 mil reais com shows do Arraiá Bonito

O prefeito de Capão Bonito, Júlio Fernando Galvão Dias, enviou para a Câmara local no último dia 13 de março, um projeto de lei para abertura de crédito adicional suplementar para os gastos de R$ 787.000,00 para contratação de shows e estrutura para o Arraiá Bonito, que está previsto para acontecer nos dias 14 e 15 de junho deste ano.

O projeto de lei foi aprovado pela Câmara em regime de urgência e com isso a prefeitura terá dotação orçamentária na pasta da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes para contratar para os dias 14 e 15 de junho duas duplas sertanejas e também pagar a estrutura para realização dos shows.

As contratações previstas para a realização do Arraiá Bonito, que tem previsão para ter o cantor Daniel e a dupla sertaneja Rick e Renner, estariam orçadas, respectivamente, em R$ 335.000,00 e R$ 185.000,00. Além dos custos com os artistas, a prefeitura ainda terá um gasto de cerca de 250 mil reais com a estrutura de palco, som, iluminação e outras coisas para realização do evento. O pedido de suplementação se baseou em sobra de arrecadação de recursos próprios do ano passado onde a prefeitura recebeu mais de 25 milhões de ITBI da empresa Suzano Celulose.

Os R$ 787.000,00 dos gastos do Arraiá Bonito com mais os R$ 558.000,00 que estão sendo gastos com o show da dupla Cesar Menotti e Fabiano em comemoração ao aniversário da cidade, representam R$ 1.345.000,00 sendo gastos com shows e festas pela prefeitura de Capão Bonito, no momento em que a Secretaria Municipal de Administração e Finanças tem determinado a contenção de gastos com o pagamento de horas extras e também recomendando a redução de viagens para economia de combustíveis, como foi feito em memorando assinado no dia 12, pelo chefe de setor de abastecimento da frota de veículos, Felipe Leite Momberg.

Os gastos que estão sendo feitos pela Secretaria de Educação com as festas revoltam pais de alunos, principalmente aqueles que necessitam de educação inclusiva e que antes eram atendidos pelo CAMP e que viram o serviço ser drasticamente diminuído, com muitas crianças deixando de ter terapias que estavam melhorando a qualidade de vida.

“Não tem fundamento não ter recursos para contratação de profissionais para atender as crianças autistas, por exemplo, e gastar milhares de reais com festas”, disse uma mãe a O Expresso.

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