Ramal do atraso

Matéria feita por este jornal na semana passada apontou que os municípios de Taquarivaí e Itaberá, são os que têm o maior PIB per capita entre aqueles que pertencem ao Condersul, ou seja, entre os municípios das regiões Sudoeste e do Alto Vale do Ribeira.

Parece contraditório, mas os municípios líderes em renda não são os mais populosos e têm um número de habitantes pequeno se comparado com as maiores cidades da região.

Como explicar então que Taquarivaí e Itaberá tenham uma renda média por habitante muito superior a cidades como Itapeva, Capão Bonito e Itararé?

Primeiramente, diferente de outras regiões onde a presença da indústria é significativa, nos municípios do Condersul a presença industrial é muito aquém da média estadual e isto leva para baixo o PIB das maiores cidades da região.

Numa região onde a agricultura é extremamente importante para a economia dos municípios, é interessante o bom aproveitamento do território de Taquarivaí e de Itaberá para o uso da atividade agrícola.

Os dois municípios líderes do PIB não têm grandes áreas ocupadas por reflorestamento em seus territórios, como acontece com os demais municípios da região, praticamente toda área agricultável de Taquarivaí e Itaberá é bem aproveitada por agricultores que usam tecnologia de ponta elevando a qualidade de sua produção.

Com um aproveitamento eficiente do território dos seus municípios para a atividade mais lucrativa para economia da região, Taquarivaí e Itaberá estão fadadas a se desenvolverem nos próximos anos e isto possibilitará melhoria na qualidade de vida para suas populações, porque a geração de renda acaba beneficiando o desenvolvimento da cidade através da iniciativa privada.

Cabe aos demais municípios do Sudoeste e do Alto Vale que ficaram atrás de Taquarivaí e Itaberá, que se espelhem em seus vizinhos e busquem soluções para que ocorra a elevação de seus respectivos PIBs, pois somente onde houver geração de riqueza é que poderá haver distribuição dessa riqueza.

Fomentar o crescimento econômico, no fundo é investir na melhoria de vida de sua população, pois a evolução do índice de desenvolvimento humano está intimamente ligada a evolução da renda.

Cabe aos gestores municipais pensarem menos em pintar guias e sarjetas e abrirem suas mentes para o futuro, focando no desenvolvimento de suas respectivas cidades, caso contrário, continuaremos conhecidos como ramal da fome, ou melhor, como ramal do atraso, porque o termo ramal da fome era coisa dos tempos em que a ferrovia de passageiros passava por estas bandas.

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