Na semana passada este jornal divulgou em suas redes sociais um áudio enviado por um denunciante em que o atual vereador e ex-presidente da Câmara, Antonio Roberto de Siqueira, confessa a outros colegas de Legislativo, que teve a intenção de direcionar a licitação feita em 2018, para reforma do prédio do Legislativo e construção do anexo onde funciona a garagem.
O vereador falando a colegas de atual legislatura não teve meias palavras, disse claramente que pediu para o advogado da Casa de Leis achar uma brecha para anular um primeiro certame licitatório, para tentar numa outra oportunidade contratar uma empresa amiga.
Mesmo tendo confessado que o esquema não deu certo porque o empresário amigo esqueceu de apresentar um documento, o ex-presidente assumiu um crime ao ter usado o seu poder e influência como chefe do Legislativo, para tentar direcionar a contratação de uma empresa amiga.
Tão grave quanto o comportamento irregular do vereador e ex-presidente, foi a inércia e até mesmo chacota dos demais vereadores presentes à reunião onde foi divulgada a tentativa de direcionar a licitação. Os vereadores de pronto deveriam se posicionar contra o artifício feito pelo colega e deveriam lembrá-lo de que quem tem a obrigação de fiscalizar os atos do Executivo, inclusive as licitações feitas pela prefeitura, tem a obrigação de ser exemplo nos seus procedimentos licitatórios.
Mas os seus colegas ao invés de lembrarem de suas obrigações, acharam por bem fazer chacota e rirem do acontecido. Esse comportamento mostra que o atual Legislativo, salvo uma única exceção, está totalmente fora dos conceitos do que devem ser as obrigações dos vereadores.
Até a presente data, a atual Câmara, que tem entre seus líderes o vereador situacionista Fio Londrina, político que não se cansa de se envolver em confusões, tem sido pródiga em não fiscalizar o Executivo e tem sido cobrada pela opinião pública por não ouvir as reclamações da população que está cansada de apresentar várias denúncias de irregularidades que acabam não sendo investigadas.
Ao que tudo indica no caso do recente áudio de direcionamento de licitação, não haverá nenhuma mudança de comportamento da Câmara e tudo passará sem que ocorra nenhum tipo de investigação, tudo vai ficar na mesma situação, como se nada tivesse acontecido.
Esperamos que na eleição de outubro a cidade tenha melhor sorte e torçamos para que sejam eleitos vereadores comprometidos com as funções inerentes do cargo, que são fazer leis e, principalmente, serem fiscais do povo, enquanto isso não acontece, vamos remando contra a lisura e transparência.