A Santa Casa de Capão Bonito tem um déficit mensal que está na casa de meio milhão de reais por mês, estes valores foram passados a O Expresso em resposta sobre as dificuldades que o único hospital do município está enfrentando para atender as demandas que estão sendo feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de São Paulo que no começo deste mês fez várias cobranças relacionadas a benefícios que os trabalhadores da Santa Casa teriam direito e não estariam sendo cumpridos.
De acordo com a Santa Casa, o Pronto Socorro gera hoje um déficit de 185 mil reais por mês, a UTI instalada em 2020 tem um déficit de 315 mil reais por mês e estão sendo procuradas soluções para aumento de receita junto aos governos municipal, estadual e federal para que esse déficit seja zerado para não prejudicar o funcionamento do hospital. Outro ponto levantado pela administração diz respeito a assinar convênios com prazos mais curtos para que possam ser reavaliados em prazos menores os custos dos serviços oferecidos devido ao aumento constante de preços dos trabalhos que são prestados pelos profissionais e empresas da área da saúde.
“Os custos mudam com muita rapidez por isso tentaremos fechar os convênios, principalmente com o município, com períodos menores”, disse a administração do hospital.
Esta semana o prefeito de Capão Bonito gravou vídeo dizendo que a prefeitura irá aumentar em 150 mil reais o repasse do Pronto Socorro, passando de 390 mil/mês para 540 mil/mês, e que a prefeitura de Ribeirão Grande também irá repassar 20 mil reais por cinco meses. Com este aumento estaria sanado parte do déficit, mas o valor necessário para complementar os gastos com a UTI terão que ser buscados junto aos governos estadual e federal, e novamente no governo municipal. A administração espera diminuir o déficit com o SUS paulista, que será um repasse do Governo do Estado e tentar mais verbas do governo federal como a verba MAC, que outras cidades da região, como Itararé, já repassam na sua totalidade para suas Santas Casas.
Outra estratégia é tentar recursos de emendas impositivas dos deputados federais que atuam na região e também de verbas das emendas dos vereadores da cidade, mas estes recursos são considerados extraordinários e não têm frequência linear e fixa, sendo recursos considerados sazonais que deveriam ser destinados para investimentos e não para custeio.
Diminuir serviço prestado
A direção da Santa Casa tem se reunido diariamente com autoridades estaduais e municipais para tentar encontrar uma solução para diminuir o déficit e em última instância seria necessário a diminuição dos serviços prestados pelo hospital, como por exemplo, o funcionamento da UTI.
“Percebe-se que está sendo buscado pela diretoria todas as alternativas para manter os serviços prestados, mas se não for possível conseguir recursos de forma contínua para zerar o déficit só haverá como alternativa a diminuição de serviço, pois o hospital não pode ficar por meses seguidos com um déficit desse porte. E nesse caso, todos os setores correm risco, inclusive com a paralisação da UTI”, disse um especialista em saúde de Capão Bonito.