Na última edição deste semanário foi divulgada uma ampla matéria sobre a atual situação do setor de saúde da cidade de Guapiara, que vive uma crise sem precedentes na história do município.
A questão da saúde guapiarense, onde existe um contrato entre a prefeitura com a organização social Instituto Santa Dulce, da cidade de Pariquera-Açu, tem sido questionada desde o final do ano passado, mas está tendo seu ápice no começo deste ano de 2025, graças ao trabalho dos atuais vereadores da oposição.
Desde o início do atual mandato, o Instituto, que cede profissionais de saúde para o funcionamento de várias unidades do município, inclusive para o Hospital Municipal Joaquim Raimundo Gomes, vem sendo questionado por atrasos nos salários de seus servidores no município.
Este convênio está sendo alvo de fortes questionamentos, principalmente, após a saída de vários médicos que ao deixarem a prestação de serviço alegaram atrasos de salários de meses.
O caso ficou ainda mais complicado após falta de transparência com relação a todo processo que motivou a contratação da O.S., já que os vereadores da oposição não conseguiram ter acesso à documentação que lhes permitissem fiscalizar o contrato, após uma articulação política do grupo da situação.
Mesmo com a falta de acesso à documentação da contratação do Instituto, o imbróglio acabou se tornando público depois que vários vídeos de médicos apareceram e graças ao trabalho da imprensa regional, que mostrou o caso fazendo com que outros órgãos, como Ministério Público, entrassem no caso para desvendar o que ocorre com a saúde guapiarense.
Extraoficialmente comenta-se que a administração atual, que foi reeleita na eleição de outubro de 2024, teria deixado de pagar alguns meses de encargos sociais e que isto teria ocasionado um parcelamento de milhões junto à Previdência Social, mas este parcelamento previdenciário tem como garantia as cotas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e no caso em questão, as parcelas da dívida passaram a ser descontadas todos os meses, o que dificultou o fluxo de caixa da prefeitura e, consequentemente, comprometeram as finanças da municipalidade.
Cabe agora as instituições, como Poder Legislativo e Ministério Público, fazerem sua parte para que a situação seja devidamente esclarecida e os recursos que deveriam ser destinados para este importante setor, voltem a ser enviados adequadamente para que a população não sofra com uma má qualidade de serviço.
Quanto aos responsáveis que fizeram que o setor de saúde guapiarense chegasse a essa situação, também devem ser alvo dos órgãos fiscalizadores e que sejam punidos, pois de nada adiantou a cidade ter festas bonitas, com shows de artistas renomados, se no final a conta acabou sendo paga pela população, através de um péssimo serviço prestado na saúde.