A performance do aluno brasileiro nas recentes avaliações não tem sido das melhores.
Os diagnósticos pouco variam. É preciso levar a educação a sério, é urgente obter maiores investimentos. Mas isso não explica tudo.
Há países que aplicam quase o mesmo em termos de orçamento e obtêm melhores resultados.
Ninguém nega que os profissionais da educação merecem remuneração condigna.
Os tempos é que não ajudam a atender às legítimas reivindicações.
Mas as crianças não têm culpa diante da crise. Precisam merecer a melhor educação que for possível.
Situação análoga tem sido enfrentada em outras nações.
O que acontece ali? Todos, sem exceção, se compenetram de que a educação é responsabilidade coletiva. Não é apenas do Estado.
É da família e da sociedade. Ninguém está excluído da obrigação de fazer alguma coisa pelo crescimento intelectual das novas gerações.
Em Portugal, por exemplo, todas as pessoas, notadamente as de mais idade, colaboram com o letramento. Fazem as crianças ler, contam quantas palavras elas conseguem soletrar por minuto, conforme a faixa etária, e incentivam a acelerar o ritmo.
Mães e pais, avós, tios e padrinhos, todos podem colaborar nesse sentido.
O idioma é fundamental para a criança poder raciocinar logicamente, concatenar ideias, expor o seu pensamento. A fluidez é um instrumento valioso de participação.
A proficiência na língua nativa e, se possível for, numa outra, proverá o educando de condições de se entender com o mundo.
Nesta época de presente de Natal, em que se comemora o renascimento Daquele que trouxe esperança a toda a humanidade, é o momento de oferecer livros às crianças e de incentivá-las a uma leitura frequente, cada vez mais natural e prazerosa.
A leitura permite apreender o mundo externo e, principalmente, o mundo interior daquele que escreveu e pôs o seu pensamento à disposição de um número infinito de leitores. Interessar-se pelo progresso na educação formal de cada criança é um pequeno gesto de patriotismo que nada custa e alavancará, em muito, o ritmo do aprendizado de nossos estudantes.
José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo