A Fundação SOS Mata Atlântica apresentou, na quarta-feira (27), aos secretários do Meio Ambiente dos estados onde o bioma está presente relatório sobre o desmatamento das áreas de mata. São Paulo conseguiu zerar essa prática criminosa em espaços maiores de 3 hectares, conforme o documento, feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido, atribuiu a performance do território paulista às políticas de restauração e fiscalização da pasta. “São Paulo dá atenção ao meio ambiente e há todo um cuidado especial da SIMA com o bioma. O Programa Nascentes bateu sua meta este ano com mais de 20 mil hectares de áreas em recuperação; ganhamos a nossa 100ª RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural); reforçamos a Polícia Militar Ambiental, nossa parceira, com viaturas e adquirimos drones para as equipes”, afirmou Penido.
Para fazer frente aos crimes ambientais, apenas durante o período da quarentena, equipes de fiscalização da SIMA realizaram cerca de nove mil vistorias e emitiram quase três mil Autos de Infração Ambiental (AIAs). As ações consistem em vistorias em campo, apreensão de maquinário, além de providências administrativas e criminais. No caso do Programa Nascentes, o total de área em recuperação é equivalente a mais de 28 mil campos de futebol.
No conjunto dos 17 estados a situação, porém, é desafiadora, já que o total de desflorestamento na Mata Atlântica, cujo dia é celebrado nesta quarta (27), no período 2018 a 2019 foi de 14.502 hectares (ha). Em comparação ao período anterior, 2017-2018, a supressão de floresta nativa teve alta de 27,2% um retrocesso, após dois períodos consecutivos de queda.
Durante a reunião, os representantes das pastas estaduais de Meio Ambiente descreveram as ações feitas no ano passado em prol do bioma, além dos projetos em andamento e futuros.”Temos um cenário político complexo em termos ambientais. Este fórum aqui dá exemplo democrático de como a sociedade civil pode trabalhar com governos”, disse o presidente da SOS Mata Atlântica, Pedro Passos.
Diretor de Políticas Públicas da Fundação, Mário Montavani destacou a importância dos projetos estaduais, os quais, apesar do resultado global, têm revertido a curva de desmata-mento em alguns territórios. “Somos as pessoas que têm a responsabilidade de deixar o Brasil melhor do que encontramos”, disse.
Sobre o bioma
Conforme a Fundação, a Mata Atlântica está em 15% do território nacional. Hoje, sobram 12,4% da floresta original. O monitoramento e a recuperação são fundamentais, pois áreas essenciais da sociedade dependem dela, como turismo, pesca e agricultura. Além disso, serviços indispensáveis como regulação do clima, geração de energia elétrica e abastecimento de água também são dependentes do bioma.