Na semana passada este semanário fez uma ampla matéria com levantamento de valores gastos pela atual gestão da prefeitura de Capão Bonito, na manutenção da quase uma centena de pessoas nomeadas como cargos de confiança.
O levantamento foi feito tendo como base os meses de janeiro e de fevereiro de 2024, o que proporcionou que se chegasse ao número de 28 milhões de reais, levando-se em conta que serão mantidos os gastos até o último dia do atual mandato.
Esses números podem até diminuir caso o atual chefe do Executivo decida fazer um corte no seu numeroso grupo de aliados depois do dia 6 de outubro, mas qualquer que seja a diminuição, os valores gastos com estas nomeações, o volume passará dos 25 milhões durante os últimos quatro anos, o que, convenhamos, é um valor muito alto.
A contratação de cargos de confiança existe e é permitida para que seja suprido o quadro funcional da prefeitura com pessoas técnicas e que irão colocar em prática as políticas defendidas pelos vencedores da eleição, mas ultimamente acabou se desvirtuando e essas contratações se transformaram num autêntico abrigo para aliados dos políticos que estão no comando da prefeitura, mas que não tem, na maioria das vezes, capacidade para as funções que deveriam desempenhar.
O atual governo de Capão Bonito tem sido eficaz ao contrariar as boas regras para as nomeações de cargos de confiança, nomeou uma série de pessoas que estão ou estavam em desvio de funções.
Pessoas que deveriam desempenhar funções como diretores e que estavam entregando leite do Programa Viva Leite ou que deveriam fazer ações de meio ambiente, mas que tinham como função fazer pinturas determinadas pelo prefeito. Sem falar dos inúmeros casos de parentes de políticos e até mesmo do chefe do Executivo e da primeira-dama sendo nomeados não por capacidade técnica, mas sim pelo parentesco.
Lamentavelmente, quem deveria fiscalizar essa irregularidade, que é a contratação de pessoas sem a devida competência e também executando funções não compatíveis com seus cargos, são aqueles que têm como missão básica fiscalizar, que são os nossos vereadores e que nos últimos quatros anos nitidamente pecaram pela omissão.
Graças a este comportamento da edilidade, o município torrou milhões de reais que poderiam ser gastos com projetos mais importantes e necessários, mas em nome da pseudo boa política e dos acordos feitos nos gabinetes, nada foi fiscalizado e quem vai pagar mais uma vez a conta será a população.