O Governo de São Paulo enviou 320 doses da vacina CoronaVac para Capão Bonito, que será destinada à imunização de profissionais da saúde.
A vacinação está marcada para segunda-feira, dia 25.
No último dia 19, o número de casos confirmados de Covid voltaram a aumentar na cidade, quando se registrou 34 casos positivos e um óbito de uma paciente de 39 anos, tendo cinco pacientes na UTI, além de dois pacientes com suspeita internados na enfermaria COVID.
No plano nacional e de olho na campanha presidencial de 2022, vemos Doria fazendo política com a vacina. No entanto, trouxe de fato uma vacina. Não é ilegítimo. Quem dera que outros também fizessem política trazendo mais vacinas para o Brasil em vez de fazer campanha antivacina como Bolsonaro.
Apesar de Doria ter prestado um desserviço ao país ao maquiar os dados de uma boa vacina para que ela parecesse ainda melhor, forçou Bolsonaro a se mexer. Como anotou o articulista Merval Pereira, no “O Globo” dessa semana, “graças à sua iniciativa de fazer acordo com a farmacêutica Sinovac da China, deu condições ao Instituto Butantan de produzir a vacina CoronaVac, contra todas as ações políticas que o presidente da República engendrou para desqualifica-la e incutir no brasileiro desconfiança sobre “a vacina chinesa do Dória”.
Mas além da politização errônea da vacina, o que chama atenção é a manifesta desumanidade do Presidente. A articulista, Mirian Leitão, em “O Globo”, falou da “pior gestão da crise sanitária” destacando que “o Ministério da Saúde demorou a negociar a compra de vacinas e perdeu várias oportunidades de negócio, o Itamaraty deixou de fazer acordos e criou crises bizarras com países como a China.”
Citou ainda que “o colapso de Manaus não é uma fatalidade.
Poderia não ter acontecido se o governo fosse outro. Deixar o presidente no comando está provocando mais mortes. Esse é o foco.”
O pesquisador Atila Iamarino tuitou: “Quando faltar vacina, insumo para dose, teste, oxigênio, leito, seringa… lembre que o Brasil gastou mais com cloroquina e testes abandonados (250 + 290 = R$ 540 milhões) do que com toda pesquisa e inovação contra COVID (R$ 470 M).”
Ao que tudo indica a vacinação, que mal começou, vai parar por falta de vacina.
Não teremos, em número suficiente e em tempo hábil, nem a do Butantan, nem a da Fiocruz. E o governo – inspirado pelo negacionismo – não negociou outras vacinas. A campanha pelo impeachment é hoje uma medida de saúde pública.
Rafael Ap. Ferreira de Almeida, advogado