Há quanto tempo temos ouvido falar sobre as potencialidades da nossa região, Sudoeste Paulista e Alto Vale do Ribeira? Muito se fala, mas pouco se pratica, principalmente observamos a atuação dos atores públicos.
O imediatismo da maior parte da população coloca em funções estratégicas, políticos sem a mínima noção para direcionar políticas públicas voltadas ao fomento daquilo que temos como diferencial.
Vivemos, ainda, em dois territórios paralelos: o dos políticos legitimamente eleitos pela população, os quais respeitamos, e a realidade nua e crua. Entretanto, são os próprios políticos, com rara exceção, que corrompem o sistema ao criar canais de facilitação para obtenção de vantagens em serviços públicos.
O direito a esse acesso acaba se transformando em favor e com isso, a gera-se a garantia de apoio no próximo processo eleitoral. Os anos vão se passando e as engrenagens continuam girando sem sair do lugar.
O mundo, se nos conhecesse como região, sentiria injeta de tanta riqueza. Mas, como santo de casa não faz milagre, sonhamos que um dia nos encontrem e descarreguem os investimentos que tanto necessitamos.
Mas, essa deparada não virá da classe política. Em seis meses, não se viu nenhuma pauta progressista, tanto no Executivo como no Legislativo, voltada à vocação econômica da região. Como transformar as riquezas naturais em projetos de geração de emprego e renda?
O que fizeram com o estudo do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) da USP, que diagnosticou a maior reserva mineral em nossa região? O que estão pensando para a Flona, que está abandonada mesmo com um Plano de Manejo aprovado para a devida exploração de atividades de Turismo e do setor madeireiro?
Vivemos duas realidades: a dos políticos e das potencialidades que flutuam sob o olhar de todos, mas invisíveis.
Francisco Lino é jornalista.