Uma belíssima iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capão Bonito proporcionou um fato de grande destaque para a eleição municipal local. A realização de um debate para que os candidatos ao cargo de chefe do Executivo pudessem colocar suas propostas e pudessem responder as perguntas que foram formuladas pela população fortalecendo a democracia no município.
Lamentavelmente, as rádios locais que deveriam liderar esse processo de promoção de debates, mais uma vez se omitiram e não honraram o fato de terem uma concessão pública e que, entre outras coisas, visam a comunicação e divulgação dos fatos da cidade e região.
Na cidade temos quatro canais de rádios em FM concedidos pelo Ministério das Comunicações, sendo três comerciais e uma comunitária, e todas elas se omitiram e tiveram que ver um sindicato de trabalhadores fazer o que deveria ser a função delas.
No debate da última segunda-feira, dois dos três candidatos à prefeitura da cidade tiveram a oportunidade de responder várias perguntas, como também tiveram chance de questionar seu concorrente e apesar do temor das pessoas devido os recentes casos de agressão em debates na capital paulista, os capão-bonitenses tiveram a oportunidade de ver um debate de alto nível.
A nota triste foi o gesto de desrespeito do atual prefeito que mais uma vez não compareceu a um debate eleitoral, desrespeitou os seus eleitores que gostariam certamente de ver seu desempenho, desrespeitou a democracia e seus adversários e, por fim, desrespeitou toda a população do município ao não comparecer para expor suas ideias e para defender seu atual governo.
A ausência do atual chefe do Executivo é ainda mais triste porque no mesmo instante em que uma entidade promovia um debate com um mediador qualificado vindo de outra cidade, o ausente decidiu fazer uma live de sua campanha sendo sabatinado pelo seu assessor de imprensa, numa autêntica entrevista chapa branca.
Quem se dispõem a disputar uma eleição tem que estar preparado para o contraditório, para ser questionado, não vivemos no começo do século 20, quando os coronéis mandavam, quando o voto era de cabresto.
Nos dias atuais, mais do que nunca, os candidatos aos cargos públicos têm que estar preparados para serem contestados e para convencerem os eleitores com argumentos.
Pode ser que com o poder do dinheiro e o uso vergonhoso da máquina podem até terem uma vitória eleitoral, mas um gesto de covardia, como fugir de um debate, certamente decreta uma derrota política.