O 8º Encontro de Citricultura na Região Sudoeste do Estado de São Paulo foi realizado no último dia 30 de agosto em Capão Bonito.
O encontro discutiu as novidades do setor e traçou algumas metas para os próximos anos. O evento foi realizado pelo Polo Sudoeste Paulista/Apta Regional e pelo Centro de Citricultura do Instituto Agronômico (IAC-Apta), ambos vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em parceria com a Campo Consultoria e patrocínio de várias empresas do setor. Pesquisas desenvolvidas no Centro de Citricultura/IAC, em parceria com o Polo Regional Sudoeste Paulista, vêm possibilitando a adoção de variedades de laranjas e de tangerinas com qualidades e características que atendem mercados exigentes, como alguns países da Europa e os Estados Unidos.
Tratam-se de frutos mais ácidos, com pouca ou nenhuma semente, e que adquirem excelente coloração devido ao clima da região.
As palestras, ministradas por especialistas do setor, abordaram o desenvolvimento da citricultura na região, o uso de matéria orgânica, o desenvolvimento sustentável, nova opção de controle da moscas-das-frutas, novas variedades de cítricos para a região e para o Brasil e as máquinas na colheita de laranja.
O encontro é o reconhecimento da consolidação de um mercado citrícola crescente na região, dizem os organizadores. “O deslocamento da citricultura para a região sudoeste foi inicialmente uma das alternativas encontradas para reduzir a pressão de algumas doenças, cuja proliferação tornou o controle fitossanitário oneroso e dependente de alta tecnologia. Dessa forma, a região sudoeste de São Paulo já está sendo considerada a nova fronteira citrícola do Estado de São Paulo, possuindo vários pomares jovens e um crescimento expressivo da produção da laranja”.
As palestras
A primeira palestrante do dia foi Mariângela CristofaniYaly do Centro de Citricultura/IAC que abordou opções de porta-enxertos para a Região Sudoeste.
Logo em seguida – Eduardo Feichtemberger da Apta Regional de Sorocaba falou sobre manejo da pinta preta dos citrus.
Outros dois palestrantes Gilberto Tozatti (GCONCI) e Rodrigo Boaretto (Centro de Citricultura IAC) falaram ainda sobre “Perspectivas para as citriculturas de São Paulo” e “Adubação e Qualidade dos Frutos” respectivamente.
O encontro foi encerrado com uma dinâmica de campo.
A região sudoeste, que abrange os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Avaré, Itapeva e Itapetininga, produziu em 2010 cerca de 30,63 milhões de caixas (40,8kg) de laranja, em relação ao total estadual de 322,17 milhões de caixas, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA/SAA).
A produção de poncã na região foi de 1,19 milhão de caixas (total do Estado de 7,44 milhões de caixas). Foram colhidas ainda 582 mil caixas de tangerina na região (contra 2,43 milhões de caixas no Estado).
Já a produção de mexerica foi de 204,10 mil caixas (sudoeste) e 1,10 milhão de caixas (Estado) e a de murcote, 97 mil caixas e 4,20 milhões de caixas.
No caso da laranja, apesar de o País ser o maior produtor e exportador de suco concentrado congelado do mundo, ainda tem pouca expressividade no cenário das exportações como fruta fresca, explicam os coordenadores do encontro.
O principal cliente das cooperativas brasileiras foi a Alemanha, responsável por US$ 317,6 milhões, ou 11,6% das vendas do segmento. Logo depois, aparecem a China (US$ 303,2 milhões – 11%), os Estados Unidos (US$ 230,4 milhões – 8,4%), Emirados Árabes (US$ 215,4 milhões – 7,8%), Países Baixos (US$ 144,8 milhões – 5,3%) e a Rússia (US$ 139,9 milhões – 5,1%).
Apenas três estados representam mais de 80% das vendas dentro do setor cooperativista brasileiro: o Paraná, com US$ 1 bilhão, ou 36,7% de todas as exportações; São Paulo, com US$ 815 milhões, ou 29,7%; e Minas Gerais, com 14,1%. Destacam-se ainda o Rio Grande do Sul, com US$ 229,4 milhões, ou 8,4%, e Santa Catarina, com US$ 133,8 milhões, ou 4,9%.