Para a maioria dos brasileiros, o carnaval é um dos momentos mais esperados do ano. Marcado por muita folia, aglomeração em blocos de rua, festas e desfile, a época cria um ambiente perfeito para o risco de transmissões de doenças, especialmente aquelas que afetam a saúde bucal, como a mononucleose.
A mononucleose é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), que pertence à família dos herpesvírus. Ela é frequentemente chamada de “doença do beijo”, porque é transmitida principalmente através da saliva.
A doença apresenta diversos sintomas que podem variar em intensidade. As mais comuns incluem: febre (prolongada por até 15 dias), dor de garganta (muitas vezes severa, com amigdalas inchadas e com placas), dor de cabeça, dores musculares e nas articulações. É importante lembrar que por serem sintomas que podem se assemelhar a outras doenças, como a gripe, Covid-19 e Sífilis, é necessária uma avaliação médica.
De acordo com a infectologista Clarissa Cerqueira, nos primeiros meses de 2025, os casos de mononucleose aumentaram significativamente na capital baiana; o local é uma das principiais escolhas dos brasileiros para passar o carnaval. “Normalmente, não internamos pacientes com mononucleose, então os casos estão chamando a atenção dos médicos antes do carnaval. Geralmente, vemos esse aumento depois da festa”, explicou ao jornal Correio.
A especialista informou que, enquanto normalmente é diagnosticado um caso de mononucleose a cada seis meses, em 2025 já foram identificados quatro casos logo no início do ano. “A mononucleose é transmitida por gotículas e saliva, sendo uma doença difícil de prevenir. O ideal é evitar compartilhar objetos e beijar pessoas contaminadas”, alerta a médica.
O diagnóstico é realizado com base nos sintomas clínicos, exame físico e exames laboratoriais. O mais comum é o teste de anticorpos para o vírus Epstein-Barr (o teste de monospot), que pode detectar a infecção aguda. Exames de sangue, como hemograma, também podem ser solicitados para observar o aumento de células chamadas linfócitos atípicos, comuns nessa condição.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 90% da população adulta já foi infectada pelo vírus Epstein-Barr. Não há tratamento específico para a doença, mas o organismo permanece afetado por duas semanas, durante as quais medicamentos podem ser usados para aliviar os sintomas.
Ao jornal Estado de Minas, a dentista Ianara Pinho sugeriu alguns cuidados básicos na hora de encarar os dias de folia. “Evite beijar várias pessoas, higienize as mãos regularmente e não compartilhe objetos como copos e talheres. Essas são atitudes simples que ajudam a reduzir os riscos de contágio”, recomendou.