Ex-prefeito recebeu salário como Conselheiro Fiscal do Metrô em plena campanha eleitoral

REPORTAGEM D’O EXPRESSO

O ex-prefeito de Capão Bonito e candidato a prefeito derrotado no último domingo, dia 2, Roberto Kazushi Tamura (PSDB) tem cargo e salário garantido como Conselheiro Fiscal do Metrô Paulista, conforme aponta o último relatório de remuneração dos servidores públicos estaduais divulgado pelo Portal da Transparência do Governo de São Paulo.
Segundo o relatório estadual referente ao mês de agosto, Roberto Tamura foi remunerado com dinheiro público pela função que exerce no Metrô de São Paulo, mesmo o tucano residindo em Capão Bonito e tendo participado diretamente da eleição municipal como candidato a prefeito.
De acordo com o Estatuto Social da Companhia do Metropolitano de São Paulo, os membros do Conselho Fiscal do Metrô, inclusive o capão-bonitense Roberto Tamura, se reúnem uma vez por mês para discutir a escolha de auditores independentes e acompanhar outros trabalhos realizados na estatal.
Para participar uma única vez a cada trinta dias da reunião do Conselho Fiscal do Metrô, Roberto Tamura recebe R$ 4.118,00 por mês.
Tamura ficou em terceiro lugar na corrida majoritária e pela segunda eleição consecutiva, o PSDB não elegeu nenhum representante no Poder Legislativo, comprovando que o partido do atual governador Geraldo Alckmin está engessado e necessitando de uma oxigenação urgente em Capão Bonito.
A base do PSDB local permanece a mesma do final da gestão de Roberto Tamura na Prefeitura, encerrada em 2004, com o advogado Marcelo Bueno, Juliano Venturelli, Daércio Simonetti, Maria Aparecida Pereira, Isaias Antunes, e outros, sendo que os três primeiros atuaram em cargos de confiança no Governo Julio Fernando e Marco Citadini nesses últimos anos.
O PSDB foi para oposição na eleição, mas não abriu mão dos cargos de confiança e dos seus respectivos salários.
Questionada, a assessoria de imprensa do Metrô não se posicionou com relação ao fato de Roberto Tamura atuar como candidato a prefeito em Capão Bonito e ao mesmo tempo, permanecer na função de Conselheiro Fiscal em São Paulo, inclusive sendo remunerado.
“A Companhia do Metropolitano não faz qualquer julgamento de valor de seus conselheiros. A Lei 6.404/76 não traz qualquer menção em relação ao endereço ou município do conselheiro”, disse em nota.
A assessoria ainda confirmou que os Conselheiros Fiscais se reúnem apenas uma vez por mês.
“De acordo com o artigo 23 do Estatuto Social da Companhia, o Conselho Fiscal se reúne, ordinariamente, uma vez por mês, e extraordinariamente sempre que convocado por qualquer um dos membros ou pela Diretoria”, colocou.
De acordo também com a assessoria do Metrô, Roberto Tamura participou de nove reuniões do Conselho Fiscal no ano de 2016.

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