Depois do prefeito de Capão Bonito, Júlio Fernando, ter declarado em entrevista para a rádio POP FM de Itapetininga que não via problema de indicar parentes para cargos de confiança em seu mandato, o Jornal O Expresso fez um levantamento sobre os gastos da atual administração com as dezenas de cargos de confiança que ocupam ou ocuparam cargos durante o atual mandato do prefeito Júlio Fernando.
Tendo como base os salários pagos aos cargos de confiança no mês de janeiro de 2024 e para os secretários municipais no mês de fevereiro também de 2024 e que estão disponíveis no Portal Transparência da prefeitura, chegou-se ao gasto anual de R$ 7.205.500,68, incluindo encargos sociais, FGTS, IRPF, férias e 13º salário, o que dá por mês trabalhado cerca de R$ 600.458,39, entre salários brutos e encargos dos indicados pelo prefeito.
A entrevista do prefeito a rádio itapetiningana chamou a atenção da opinião pública para o caso de nomeação de excesso de cargos de confiança e até mesmo parentes do prefeito.
Entre os nomeados pela atual gestão, que devem custar cerca de 28 milhões em 4 anos, estão primos do prefeito e da primeira-dama Ana Luiza Souto Dias, sobrinhos, sobrinhas, além desses parentes, na relação de cargos de confiança ainda estão ex-cunhado e ex-prima do prefeito, que está em segunda núpcias, e também parentes de vereadores, como o pai de um vereador e a filha de outro vereador, membros do Legislativo que são defensores incondicionais do prefeito na Casa de Leis. Há também na relação de cargos de confiança da atual administração a nomeação de aliados do prefeito que são marido e mulher.
Os gastos com cargos de confiança são considerados exagerados pelos políticos da oposição, principalmente se comparados com gestões passadas que tinham bem menos contratados nas funções comissionadas.
Os oposicionistas de Capão Bonito além de criticarem as contratações de cargos de confiança, ainda questionam as indicações do Executivo para empresas através de convênios com a área da Saúde, onde os nomes dos indicados não são tornados públicos.
Funcionários de carreira da prefeitura também afirmam que está havendo contratação pelo concurso com fins políticos. Segundo servidores da Saúde, há algumas semanas foi efetivada uma agente comunitária de Saúde para o bairro Vila Aparecida, mas não há vaga em aberto para a função. Para servidores, a contratação foi feita com intuito político.