Aquisição de mais de R$ 2 milhões foi questionada apenas pelo vereador Rafael do Abner

Em seu programa de entrevista e entretenimento, Corrente do Bem, que faz todas as sextas-feiras pela TV O Expresso, o ex-vereador Heitor da Gelsa questionou vereadores que votaram contra o projeto de autoria do prefeito Júlio Fernando, do PODE, para compra de um terreno na região central da cidade no valor de R$ 2.300.000,00 (dois milhões e trezentos mil reais).

O ex-vereador fez o questionamento para os 5 vereadores que votaram contra o projeto, mais o presidente que o colocou em votação. O projeto foi aprovado pelo Legislativo por 6 votos contra 5. Foram solicitadas informações de Paulo Cecap, presidente e dos vereadores Neto Tallarico, Zé Carlos da Cooperativa, Rafael do Abner, Josiel Baitaca e Alan Senciatti. Somente o presidente da Câmara, Paulo Cecap e o vereador Rafael do Abner mandaram áudio que foi colocado ao vivo no programa transmitido pelas mídias sociais do jornal.

O presidente da Câmara Paulo Cecap afirmou que o projeto era de autoria do prefeito Júlio Fernando e foi mandado para sessão extraordinária e só poderia ser retirado pelo chefe do Executivo, coisa que não ocorreu e não caberia ao presidente da Câmara criar qualquer obstáculo a votação do projeto.

Já o vereador Rafael do Abner disse que optou por votar contra o projeto porque ele foi muito mal explicado e foi colocado para votação em cima da hora e faltaram informações sobre o imóvel, como tamanho, valor venal, laudo de avaliação.

Os outros três vereadores que votaram contra o projeto em que o prefeito pede suplementação orçamentária para comprar o imóvel não quiseram se manifestar no programa do ex-vereador.

“Lamento que três dos vereadores que votaram contra o projeto não quiseram se manifestar sobre o projeto. Era uma oportunidade que eles teriam de mostrar para a população os motivos que os levaram a votar contra esse projeto que no mínimo é polêmico”, disse o ex-vereador e apresentador do programa.

A compra do terreno pela prefeitura que fica na esquina das ruas Gustavo Sampaio com Bernardino de Campos, gerou muita polêmica na cidade, principalmente por estar sendo feita a toque de caixa e pela falta de explicações para sua utilidade. Membros do Conselho

Municipal de Educação que são aliados do atual prefeito afirmam que o objetivo da compra é construir uma nova escola para poder reformar a escola Jacyra Landim Stori que precisa de reformas.

Terreno teria sido alvo de ação judicial

No meio político também chamou a atenção o fato de que há algum tempo o imóvel estava sendo colocado à venda pela imobiliária que pertence a assessores do prefeito e que funciona no mesmo prédio de advocacia de Júlio Fernando.

Nesta semana surgiram mais informações de que o imóvel teria que ser desafetado pois teria sido colocado em garantia ao condomínio vertical que foi lançado em 2013, mas não saiu do papel, mas que teria gerado prejuízo para algumas pessoas que acabaram buscando o Poder Judiciário para serem ressarcidas. Advogado ligado ao proprietário do imóvel afirma que o terreno hoje está sem nenhum impedimento legal.

O Expresso ouviu pessoas que entraram com a ação para serem ressarcidas pelos valores pagos a Incorporado que lançou o Condomínio Ziza Ozi e estes informaram que o caso está sob análise do Tribunal de Justiça, um advogado de uma das pessoas também ouvida pelo jornal disse que a desafetação do terreno não seria tão simples assim e caso a prefeitura faça a sua aquisição poderia ter dificuldades para efetivar a sua transferência e respectivo registro.