Tudo o que é feito para fins eleitoreiros acaba não funcionando como deveria ser.
Um administrador público precisa ter sempre em mente que a melhor forma dele colher dividendos eleitorais de uma obra, de um projeto ou de qualquer que seja a iniciativa, é que ela seja feita com planejamento e, consequentemente, beneficie o maior número de pessoas da população e com os menores erros possíveis.
O transporte público urbano de forma gratuita implantado em Capão Bonito há pouco tempo é sem dúvida uma conquista para a população, mas nota-se claramente que está havendo uma série de problemas que poderiam não ter ocorrido, se não houvesse um interesse político incontrolável para sua implantação, sem que fosse bem preparado o início das suas atividades.
Primeiro foi descoberto que os distritos industriais, maior polo de emprego setorizado da indústria local, não foram contemplados com linhas do transporte gratuito, depois descobriu-se que os veículos não têm ar condicionado e elevador para acessibilidade, como havia sido inclusive promessa do prefeito.
Agora, após semanas de funcionamento, a prefeitura através do Departamento de Trânsito, está iniciando um cadastramento dos usuários do sistema com a teórica intenção de adequar a demandas da população ao serviço que está sendo prestado.
Mas por que seria necessário fazer um cadastramento, que se comenta seria para impor uma carteirinha aos usuários, para se adequar a demanda do transporte coletivo urbano da cidade?
Esse procedimento não tem sentido técnico algum, isto porque a prefeitura contratou por milhares de reais a empresa Cegeplan Consultoria, para elaborar em 2022 a proposta da nova rede de transporte coletivo público na cidade.
Das duas uma, ou a prefeitura não aplicou a proposta feita pela empresa Cegeplan, de São Bernardo do Campo, ou a municipalidade foi lesada ao pagar milhares de reais para uma empresa que fez um projeto de transporte público, que alguns meses depois precisa ser readequado e, portanto, é uma porcaria.
Dos fatos apresentados acima demonstra-se claramente que a questão do transporte coletivo urbano de forma gratuita para a cidade, nada mais é do que um projeto politiqueiro e não de transporte público efetivo, até porque com tantas falhas seria impossível ser um projeto sério.
Cabe agora o que resta ainda de boa intenção de uns poucos vereadores, que estes cobrem as mudanças necessárias, para que os 40 milhões que custarão o transporte coletivo gratuito ao longo dos anos ao município, não seja apenas mais negócio para agradar amigos e políticos em detrimento da população.