Na edição da semana passada mais uma vez foi divulgado por este jornal um áudio em que há uma conversa comprometedora de assessores da atual administração e um vereador da base aliada.
Desta vez os áudios não chegaram para a reportagem de O Expresso, mas foram publicados em páginas de notícias que circulam pela cidade e republicados pelo jornal.
Mais uma vez este semanário fez seu dever jornalístico, fazendo uma degravação coerente, deu também oportunidade para que o diretor de Indústria e Comércio, envolvido no caso, fizesse suas justificativas sobre suas falas com relação a uma empresa estar anunciando vagas que deveriam estar à disposição no PAT e, principalmente, porque sugeriu que as vagas de emprego de um programa estadual devessem ser usadas para fins políticos, como sugeriu ao vereador aliado do prefeito.
Outra vez a assessoria do prefeito preferiu calar-se, não deu sequer uma explicação para a população para mais este escândalo, onde um funcionário do alto escalão da atual gestão e um vereador conversam sobre uma forma de burlar um programa estadual feito para atender as pessoas que estão desempregadas, tentando usá-lo para indicar amigos e aliados dos políticos situacionistas.
Nunca na história da cidade programas públicos como o de recolocação de pessoas no mercado de trabalho, como é do PAT, foi usado com fins políticos. Pelo diálogo entre o diretor e o vereador fica clara a intenção de usar politicamente de algo que pode prejudicar o sonho e a vida das pessoas que não fossem seus indicados para as vagas de empregos, exercendo uma concorrência desleal para quem não fosse apadrinhado.
Além de vergonhosamente articularem o uso de programa estadual, os envolvidos no áudio ainda prevaricaram ao afirmarem que vagas que deveriam ser colocadas à disposição do programa estavam sendo direcionadas para uma empresa de recrutamento de mão de obra de uma outra pessoa ligada ao setor, e que muito provavelmente também é cargo de confiança.
Sabendo disso, o vereador não tomou nenhuma posição oficial, não fez nenhuma denúncia e acabou consentindo com a irregularidade, no fundo não pensou na população que busca pela recolocação através do PAT.
E o diretor de Indústria e Comércio por que não colocou no papel e não informou ao prefeito sobre a irregularidade que ele mesmo confessou existir no setor? Se ele fez a denúncia de forma verbal, por que os seus superiores não tomaram providência?
Mais uma vez, como ocorreu no episódio da compra de apoio de vereadores noticiado por este jornal, o atual governo municipal de Capão Bonito se omitiu e consentiu com ações erradas e criminosas praticadas por agentes públicos nomeados em cargos de confiança pelo chefe do Executivo.
Lamentavelmente há algo de muito podre no reino gameleiro.