Os desafios dos prefeitos que tomaram posse no último dia 1º são muitos.
Na região, diante de um cenário de crise econômica e acentuada recessão, a maioria dos novos gestores optou por cortar secretarias e cargos comissionados até em cidades de maior porte populacional e arrecadação expressivas como Itapetininga e Sorocaba.
Conforme informações da Confederação Nacional de Municípios (CNM), os custos ori-undos com a nomeação e administração do quadro de servidores municipais estão entre os temas que mais preocupam os gestores para o quadriênio 2017/2020.
Na estrutura administrativa do país, de 6,3 milhões de servidores contratados de todas as formas pelas prefeituras do Brasil, quase 4 milhões são de cargos efetivos.
Esse número significa custos que são permanentes no orçamento dos municípios.
Em Capão Bonito não é diferente e o prefeito Marco Citadini, do PTB, cumprindo o que já havia anunciado logo após a eleição municipal, reduziu de 11 para 8 secretarias.
A Secretaria de Administração foi anexada pela de Finanças. Outra importante pasta a de Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente foi incorporada a Secretaria de Obras e a Secretaria de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo agora se uniu a Secretaria Municipal de Educação. Os atuais secretários de Obras, Educação e Finanças responderão pelas pastas sem secretários até a mudança definitiva do novo organograma da prefeitura.
A redução de secretarias, segundo o novo prefeito capão-bonitense não significa que os setores terão supressão de recursos. “Reduzimos secretarias devido a crise econômica que requer medidas amargas neste momento. A meta é economizar mais justamente para poder ter recursos para investir mais em projetos ligados à Cultura, ao Esporte, ao lazer, ao turismo e à agropecuária”, alegou o prefeito Marco Citadini.
Economia
Conforme estimativa da Secretaria de Finanças, a economia mensal com os cortes das secretarias e redução das nomeações dos cargos de confiança será de cerca de 150 mil reais, o que daria algo em torno de 1,5 milhão ao ano e cerca de 6 milhões de reais durante os 4 anos de mandato.
O custo de um secretário com salários e encargos para o município é de cerca de R$ 7.500,00 por mês, portanto, a manutenção de cada uma das 3 secretarias extintas custaria somente com salários de secretários ao município quase R$ 100 mil reais ao ano.
Outra medida do prefeito Marco Citadini, de nomeação de apenas 30 de 70 cargos comissionados também vai de encontro com as questões econômicas.
“Devemos ter uma economia considerável com essas reduções. E isto é necessário pelo momento que vivemos”, estimou o secretário de Finanças, Noel Correa Leme ao O Expresso.
Em sua primeira reunião com o secretariado na terça-feira, 03/01, o novo prefeito destacou a necessidade de nomear neste momento profissionais que realmente entendam como funciona a administração municipal e que priorizem a todo momento resolver as demandas cortando o máximo possível de gastos.
Na reunião, Citadini também destacou outras dificuldades que os administradores municipais irão enfrentar ao longo da nova gestão com previsão de poucos recursos disponíveis nas esferas estadual e federal.
Dando sequência nas ações que visam o corte de despesas, o prefeito determinou uma revisão geral em todos os alugueis que são pagos pelo município.
O chefe do Executivo quer que a negociação permita uma redução dos aluguéis em cerca de 20% ou até mais dependendo de cada caso.
“A prefeitura tem hoje uma receita inferior ao de anos anteriores, portanto, preciso adequar os gastos a queda de arrecadação”, disse o novo prefeito.