Alunos da Escola Estadual Raul Venturelli, de Capão Bonito, estão aprendendo de uma forma mais original a estimular o raciocínio lógico, a prever e a resolver alguns acontecimentos, além de traçar caminhos que permitam atingir certos objetivos.
Trata-se do projeto “Xadrez na Escola”, que demonstra de forma teórica e prática a importância do jogo no processo educacional.
De acordo com a diretora Margareth Rodrigues, a inserção do jogo vem sendo muito positiva. Recentemente a escola promoveu um torneio pelo Programa Escola de Família que teve ótima participação.
A avaliação do jogo na escola, com cada vez mais adeptos, tem sido a melhor possível. Segundo os professores Már-cio Ultramari e Alexandre Proença, a concentração que o jogo necessita e nas decisões a serem tomadas pode proporcionar um melhor aprendizado em relação as outras disciplinas e até mesmo na aplicação da atividade motora.
O xadrez estimula o raciocínio lógico; ativa a concentração; desenvolve a tomada de decisões; aguça a memória; trabalha a paciência; demanda a capacidade de planejamento; aumenta a autoconfiança; proporciona o respeito ao adversário; exige responsabilidade e instiga a imaginação e a versatilidade.
O JOGO
O xadrez, que surgiu no Sudoeste da Europa na segunda metade do Século XV, é mui-to mais que um jogo.
Como bem definiu o escritor Johann Wolfgang Goethe, há mais de dois séculos: “O xadrez é um excelente exercício mental”. Tal frase é comprovada por estudos como o da Universidade de Hong Kong, que provou por meio da pesquisa do Dr. Yee Wang Fung que os estudantes que jogam xadrez têm uma melhoria de 15% em provas de matemática após o início da prática.
Na Venezuela, o projeto “Learning to Think Project” concluiu que até mesmo o QI de uma criança pode ser aumentado por meio do treino do xadrez. Além disso, a pesquisa de William Levy, do Departamento de Educação de Nova Jersey, nos EUA, mostra que o jogo interfere também em questões pessoais, como a autoestima e confiança.
Muitas instituições de ensino têm o jogo de xadrez em suas grades extracurriculares. Em São Paulo, escolas como o Dante Alighieri, Santa Cruz, Santo Agostinho, Santo Américo, entre outras, oferecem aulas do jogo.
O Colégio São Luiz rege, anualmente, o Torneio Intercolegial de Xadrez, que proporciona uma competição entre as mais variadas idades e escolas. “São inúmeras as vantagens da prática do xadrez, mas as mais lembradas e verificadas são o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, atenção e concentração, memória e a criatividade”, diz o professor Antonio Carlos de Resende, do Colégio Albert Sabin, que instituiu o xadrez desde a fundação, em 1994.
No Colégio Franciscano Pio XII, o xadrez é usado como ferramenta didática a partir do 6º ano e pensado de forma interdisciplinar. “Sentimos da parte dos alunos do 6º ano uma necessidade grande em organizar a própria vida. A ação é a palavra chave para essa turma, entretanto, lhes falta projeção, que ao contrário do que muitos pensam nada mais é do que pensar na ação. O xadrez lhes dá essa possibilidade, não apenas por ser um jogo, mas sim, porque jogo e projeto são muito similares”, explica Marco Malzone, professor de Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental II do colégio.